Explique como o músculo cardíaco pode ficar sem sangue se ha tanto sangue passando pelo coração

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Dentre os fatores principais de Risco cardiovascular apresentados hoje em dia, a hipertensão arterial sistêmica É grande destaque, apresentando funcionamento fora do normal das estruturas Cardíacas e vasculares, produzindo lesões em órgãos vitais como coração, Cérebro, rins e artérias levando muitos pacientes a morbidade ou mortalidade. Os custos com internações é elevado, uma vez que a mesma causa incapacidades, Invalidez e aposentadoria precoce. Os autores salientam ainda que de uma Pesquisa levantada 17,6% das internações realizadas são em virtude da Hipertensão arterial sistêmica. (SANTOS et. Al., 2012)

Atualmente, a Hipertensão Arterial Sistêmica é encarada como um grande problema de saúde pública. É Frequentemente assintomática, silenciosa e na maioria dos casos seu diagnóstico É tardio, quando apresenta sintomas geralmente estão associadas a agravos em Órgãos alvos podendo levar o indivíduo a dependência física e comprometimento Funcional. O paciente com hipertensão deve ser abordado pelos trabalhadores da Saúde pára melhor atuação, diagnóstico, prevenção e tratamento (CUNHA; REGO; VILHENA, 2012).

            O profissional de enfermagem dispõe De importantes atribuições em promover a aderência dos pacientes hipertensivos Ao tratamento proposto, o que é de suma importância no controle da doença, pára Que haja a diminuição da mortalidade e morbidade que se encontra associada aós Riscos cardiovasculares dos indivíduos com hipertensão. Diante disso, o amparo Ao paciente hipertensivo deve abranger condutas sistematizadas, com fenômenos Bem estabelecidos e objetivos determinados o que é possível com a Sistematização da assistência de enfermagem (CALEGARI et al., 2012)

1.1 Justificativa

No mundo moderno as doenças crônicas vêm ocupando um Lugar de destaque devido a diversos fatores, dentre estes a adoção de estilos De vida pouco saudáveis por parte da população. A Hipertensão Arterial Sistêmica, doença crônica de cunho cardiovascular, destaca-se acentuadamente Neste grupo de doenças, tornando-se um importante fator de risco pára Alterações vasculares como Acidente Vascular Cerebral, Infarto Agudo do Miocárdio e outras.  (SANTOS,2011)

Estima-se que no mundo exista Cerca de 1 bilhão de pessoas portadoras de hipertensão arterial sistêmica, e Que aproximadamente 1% dessa população em algum momento de sua vida pode Apresentar uma elevação acentuada da pressão arterial. (SOUSA; PASSARELLI Júnior, 2014).

Pára Santos et al. (2012), a Hipertensão arterial sistêmica é um dos principais fatores de risco Cardiovascular apresentando anormalidade no funcionamento de estruturas Cardíacas e vasculares com lesões em órgãos como coração, cérebro, rins e Artérias levando a morbidades e mortalidades. Há altos custos com internações, Pela incapacitação por invalidez e aposentadoria precoce, salientam que 17,6% Das internações são em virtude da hipertensão.

A partir do primeiro momento que A pressão alta é detectada, a enfermagem precisa concretizar e estimular uma Monitorização cuidadosa da pressão arterial em intervalos frequentes e rotineiramente Agendados, posteriormente ao diagnóstico. Em um exame físico a enfermeira Precisa avaliar os indícios que indicam dano do órgão alvo que podem incluir: Dor anginosa; falta de ar; modificações na fala, visão ou equilíbrio; Epistaxes; cefaleias; tonteira; ou nictúria. Deve similarmente dar atenção pára A frequência, ritmo e caráter dos pulsos: apical e periférico pára identificar Os efeitos da pressão alta sobre o coração e os vasos sanguíneos.  (SMELTZER; Baré, 2016)

Esta pesquisa se justifica pela Necessidade de demonstrar os cuidados que a enfermagem precisa prestar aós Pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica diante das literaturas Disponíveis, visto que o profissional de enfermagem é o que mais tem contato Com os pacientes hipertensos e a sua atuação deve ser bem conduzida buscando Modificar o comportamento da clientela em relação ao controle de seus problemas De saúde, redirecionando o estilo de vida, demonstrando a necessidade de abandonar O sedentarismo, o tabagismo, à obesidade e poder provar que com todas essas Informações é possível melhorar a qualidade de vida desse paciente.

1.2 Problematização

A hipertensão arterial sistêmica É um dos principais problemas de saúde pública mundial e no Brasil não escapa Desta situação, pelo que merece uma consideração prioritária, por ser uma das Principais razões pelas quais as pessoas procuram consulta médica ou motiva Internações. Com uma imagem de tempestade quieta, a Hipertensão avança no mundo E um número crescente de pessoas que perdem qualidade de vida por essa síndrome Que é considerada a doença crônica mais comum em adultos. (ALFONSO et al., 2009)

De acordo com Brunner e Suddarth (2016), a Hipertensão Sistêmica ocorre no instante em que a pressão arterial sistólica ultrapassa os 140mmHg E a pressão arterial diastólica é acima de 90mmHg, por um espaço de tempo, baseando-se Na média de duas ou mais aferições. A hipertensão sistêmica é um requisito clínico Multifatorial, salientada por graus elevados e prolongados da pressão arterial. Associa-se, frequentemente, a modificações funcionais e/ou estruturais em Órgãos-essenciais (coração, encéfalo, rins e artérias periféricas) e a Modificações metabólicas, com racional desenvolvimento do perigo de acidentes Cardiovasculares fatais e não fatais.

A Enfermagem é uma ciência, cuja Essência e especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, na Família ou na comunidade, desenvolvendo-o de forma autônoma e/ou, muitas vezes, Em equipe; é uma profissão de ajuda com relações complexas e multifacetadas, Composta por uma grande variedade de elementos; o seu cuidado transcende a Dimensão biológica da pessoa, e tem como foco o ser que experiência a doença, Incluindo sua cultura, valores, crenças, modos de vida e sentimentos vinculados Às suas necessidades de cuidado. (MOURA et al.,2011)

A enfermeira possui, portanto, Importante papel na promoção da adesão do paciente ao tratamento, o que é Fundamental ao controle da doença, pois, pára que haja redução da morbidade e mortalidade Associada aós riscos cardiovasculares das pessoas com hipertensão, torna-se Indispensável a adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Diante disso, a Assistência ao paciente com hipertensão arterial sistêmica deve contemplar Ações sistematizadas, com fenômenos bem definidos e objetivos claros, o que é Possível com a utilização da sistematização da assistência de enfermagem (CALEGARI et al., 2012)

Na atenção a pessoa hipertensa, o Enfermeiro, como membro do grupo multiprofissional, tem atribuições de extrema Importância, a saber: realizar a consulta de enfermagem, onde investiga fatores De risco e hábitos de vida, afere a pressão arterial, orienta sobre a doença e O uso regular de medicamentos e seus efeitos adversos e sobre hábitos de vida Pessoais e familiares. Além disso, é também competência do enfermeiro: o Acompanhamento do tratamento dos pacientes hipertensos, o encaminhamento ao Médico quando necessário, administração do serviço, o qual inclui a busca de Faltosos, o controle de retornos e de consultas agendadas, bem como a delegação E supervisão das atividades do técnico/auxiliar de enfermagem. (SBC, 2016)

A situação problema deste Trabalho é: Quais os cuidados que a equipe de enfermagem deve ter pára Atendimento dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral:

Discorrer, através de pesquisa, a Relevância do cuidado da enfermagem com o paciente com Hipertensão Arterial Sistêmica.

1.3.2 Específicos:

* Demonstrar como a Hipertensão Arterial Sistêmica é desencadeada;

* Esclarecer Quais a medidas de prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica;

* Identificar na literatura Estudos sobre a assistência de enfermagem ao portador de hipertensão arterial Sistêmica.

1.4 Metodologia

A pesquisa é um estudo Bibliográfico, que pára Gil (2010) é elaborada com base em materiais já Publicados, essa modalidade inclui artigos, livros, revista, jornais e Bibliografias pertinentes, objetivando destacar quais as principais medidas Adotadas pelo profissional da enfermagem frente aós pacientes com hipertensão Arterial sistêmica. A pesquisa utilizou 20 artigos diferentes com data de 2006 Até 2017.

De acordo com Lakatos e Marconi (2017, P. 83) “o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais Que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - Conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, Detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.”

A Pesquisa é um estudo bibliográfico, que pára Gil (2010) é elaborada com base em Materiais já publicados, essa modalidade inclui artigos, livros, revista, Jornais e bibliografias pertinentes, objetivando destacar quais as principais Medidas adotadas pelo profissional da enfermagem frente ao pacientes com hipertensão Arterial sistêmica. A pesquisa utilizou 20 artigos diferentes com data de 2007 Até 2017.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Conceito de Hipertensão Arterial Sistêmica

A conceituação de Hipertensão Arterial Sistêmica feita por Oliva (2011) é que a mesma é uma enfermidade Sistêmica que envolve modificações nas estruturas das artérias e do miocárdio Relacionada à disfunção endotelial e compressão e remodelamento da musculatura Lisa vascular. (OLIVA, 2011).

No ponto de vista de Brunner & Suddarth (2016) pressão Arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos. É Determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele Encontra pára mover-se no organismo. Ela pode ser modificada pela variação do Volume de sangue ou viscosidade (espessura) do sangue, da frequência cardíaca (batimentos cardíacos por hora) e da flexibilidade dos vasos.

Já pára Guedes et. Al (2011) o Conceito de Hipertensão Arterial Sistêmica é uma situação clínica caracterizada Por valores alterados de Pá, sendo definida como Pressão Arterial sistólica Igual ou maior que 140 milímetros de mercúrio (mmHg) e/ou Pressão Arterial Diastólica igual ou superior que 90 milímetros de mercúrio (mmHg), em Indivíduos jovens, adultos e idosos, sem uso de anti-hipertensivos. No entanto, A delimitação do diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica somente a partir Das cifras pressóricas é arbitrária, devendo-se considerar na identificação Dessa doença além dos níveis pressóricos alterados, os fatores de risco, as Lesões em órgãos-alvo e as comorbidades associadas, visando prevenir equívocos Ou danos às pessoas.

Segundo o Ministério da Saúde, hipertensão Arterial sistêmica é quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias Pára se movimentar é muito forte, resultando em um valor igual ou maior que 140/90mmHg (DALLACOSTA, 2010).

2.2 Fisiopatologia da Hipertensão Arterial Sistêmica

O progresso da pressão Alta depende da relação entre predisposição genética e fatores ambientais, Ainda que também não seja totalmente conhecido como estas interações ocorrem. Sabe-se, não obstante, que a pressão alta é acompanhada por modificações Funcionais do sistema nervoso autônomo simpático, renais, do sistema renina Angiotensina, além de outros mecanismos humorais e disfunção endotelial. Dessa Maneira a pressão alta é consequência de diversas modificações estruturais do Sistema cardiovascular que amplificam o estímulo hipertensivo, quanto geram Danos cardiovascular. (SARTES, 2010)

Em relação à Fisiopatologia da hipertensão arterial sistêmica, acreditavam inicialmente que Havia apenas uma ação do sistema simpático, que causava a constrição das Arteríolas, aumentando a resistência vascular periférica. No entanto, Percebeu-se que o sistema simpático tem uma grande importância na gênese da hipertensão Arterial sistêmica e contribui pára a hipertensão relacionada com o estado Hiperdinâmico. Mensurações das concentrações de catecolaminas plasmáticas tem Sido usadas pára avaliar a atividade simpática. Vários autores relataram Concentrações aumentadas de noradrenalina no plasma em pacientes portadores de Hipertensão essencial, particularmente em pacientes mais jovens.  (SARTES, 2010)

O autor também fala do completo Renina-angiotensina que está envolto no controle fisiológico da pressão Arterial e no equilíbrio do sódio. Tem implicações fundamentais na evolução da Hipertensão renal e necessita estar incluído na patogênese da hipertensão Arterial primordial. O papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona a nível Cardíaco, vascular e renal é mediado pela fabricação ou ativação de diversos Princípios de progresso e elementos vaso-ativas, induzindo vasoconstricção e Crescimento excessivo celular.

Pesquisas contemporâneas A respeito da atividade simpática diretamente sobre nervos simpáticos de Músculos superficiais de pacientes hipertensos retificam esses achados. Do Mesmo modo foi demonstrada a alteração da resposta reflexa dos baroreceptores, Tanto em modelos experimentais como em modelos clínicos. Mecanismos renais Estão envoltos na patogênese hipertensão arterial sistêmica, tanto a começar Por uma natriurese alterada, levando à concentração de sódio e água, quanto Pela liberação alterada de elementos que elevam a Pá como a renina ou de Elementos depressores da Pá como prostaglandinas. (SARTES, 2010)

Neto (2008) afirma que o Endotélio também tem participação na gênese da hipertensão arterial. O Endotélio está envolvido no controle hormonal e neurogênico local do tônus Vascular e dos processos homeostáticos. Também é responsável pela liberação de Agentes vasoconstritores, incluindo a endotelina, que está envolvida em algumas Das complicações vasculares da hipertensão. Assim a hipertensão resulta de Várias alterações estruturais do sistema cardiovascular que tanto amplificam o Estímulo hipertensivo, quanto causam danos cardiovascular. (NETO, 2008)

A regulação da pressão Arterial é uma das funções fisiológicas mais complexas do organismo, dependendo Das ações integradas dos sistemas cardiovascular, renal, neuronal e endócrino. Assim, a manutenção da pressão arterial dentro de um intervalo de valores Normais, depende de mecanismos complexos que determinam variações na frequência E na contractilidade cardíaca, na resistência vascular periférica e Distribuição de líquidos corporais. (HALL et al., 2013)

De acordo com Mesquita (2016) existe uma controvérsia quanto aós Mecanismos que levam uma pessoa à hipertensão arterial sistêmica. De um lado Aqueles que defendem que existe uma alteração do sistema nervoso central que Ocasiona a hipertensão e que o ponto de ajuste é determinado pelo próprio Sistema Nervoso Central (SNC), enquanto do outro lado tem os que defendem um Papel determinante na concepção da hipertensão a retenção de água e sal pelos Rins.

2.2.1 Anatomia e funcionamento do Coração Humano

O coração é um órgão centralizado No peito humano e possui tamanho parecido com o de um punho fechado, em média o Seu peso é de 400 g, estando no osso esterno, em que a sua extremidade inferior Fica pouco deslocada à esquerda. Constitui-se de tecido muscular estriado Cardíaco, o miocárdio, e apresenta quatro orifícios internos, que são Denominadas câmaras cardíacas (WATANABE, 2009).

Figura 1 – Coração

Fonte: Netter (2015, p. 329)

As câmaras superiores, que são Duas, denominadas de átrios cardíacos, ou aurículas, e têm finas paredes. As Câmaras inferiores (número de duas) são denominadas de ventrículos cardíacos e Suas paredes são mais grossas. Tal diferença se explica em função da atividade Exercida por essas câmaras, pois os átrios conduzem o sangue no sentido Ventricular, que se situa abaixo deles, onde o ventrículo direito se conecta Com os pulmões e o ventrículo esquerdo se direciona pára o corpo. Assim, Percebe-se que os ventrículos necessitam de maior força e resistência nas Paredes (KOEPPE; LEVY; BERNE, 2009).

Pára Costanzo (2014), um orifício Abaixo do átrio esquerdo é o canal de comunicação com o ventrículo esquerdo, Que há guarnição da valva atrioventricular esquerda/bicúspide/mitral, que é Responsável pela circulação do sangue em apenas um sentido, ou seja, Direcionando do átrio pára o ventrículo. A guarnição do átrio cardíaco direito Pára haver comunicação com o ventrículo direito também se dá por um orifício Denominado valva atrioventricular direita/tricúspide. As valvas semilunares se Situam no embocamento das artérias pulmonares e aorta. Na normalidade do Sistema cardiovascular não acontece comunicação sanguínea de uma metade do Coração com a outra.

Segundo Watanabe (2009), o sangue Transita pelo corpo através das contrações rítmicas que acontecem na musculação Do coração. O sangue entra nas câmaras cardíacas quando sua musculatura relaxa, No processo denominado diástole, e expulso de seu interior quando a musculatura Cardíaca se contrai, no processo denominado sístole. A diástole e a sístole Podem ser atriais ou ventriculares, pois ocorrem tanto nos átrios como nos Ventrículos.

No momento em que acontece a Diástole atrial, o sangue que chega de todos os locais do corpo penetra no Átrio direito. A chegada do sangue ao coração ocorre por duas veias de grosso Calibre: a veia cava superior, que traz sangue que irrigou a cabeça, os braços E a parte superior do tronco, e a veia cava inferior, que traz sangue que Irrigou a parte inferior do tronco e as pernas. Ao mesmo tempo, o átrio Esquerdo recebe sangue proveniente dos pulmões. Após os átrios estrém Preenchidos com sangue, ocorre à sístole atrial, ao mesmo tempo em que se dá a Diástole ventricular, em que o átrio direito recebe o sangue e depois vai Diretamente ao ventrículo direito, e o mesmo processo ocorre no lado esquerdo Do coração (COSTANZO, 2014).

Pára Junqueira e Carneiró (2017), Quando os ventrículos estão preenchidos com sangue, ocorre a sístole Ventricular. As artérias pulmonares recebem sangue que vem do bombeamento Ocorrido no ventrículo, que o conduzem aós pulmões. Após circular pelos pulmões E ser oxigenado, o sangue se transfere pára as veias pulmonares e vai até o Átrio esquerdo. Esse percurso do sangue, do coração pára os pulmões e destes de Volta ao coração, que se chama circulação pulmonar ou pequena.

O sangue que recebeu oxigenação Se insere no átrio esquerdo e vai ao sentido do ventrículo esquerdo durante a Sístole atrial e a diástole ventricular. Com a sístole ventricular que ocorre a Seguir, o sangue oxigenado é expulso do ventrículo esquerdo pela artéria aorta, Que se divide em artérias progressivamente mais finas até atingir todos os Tecidos corporais. Desses tecidos, o sangue retorna ao coração através das Veias que desembocam no átrio direito. Esse percurso do sangue, do coração pára Os sistemas corporais e deles de volta ao coração, é denominada circulação Sistêmica ou grande (KOEPPE; LEVY; BERNE, 2009).

Ainda na visão de Koeppe, Levy e Berne (2009), um dos primeiros ramos da aorta ramifica-se sobre o próprio Coração formando as artérias coronárias, que oxigenam e alimentam a musculatura Cardíaca.

2.2.1.1 Ciclo Cardíaco

Quando acontece um trabalho Completo da sístole e também da diástole, internamente nas câmaras cardíacas Diz-se que houve um ciclo cardíaco, que dura em média 0,8 segundos. O ciclo Possui início com a sístole dos átrios, que impulsionam o sangue e vaio no Sentido do interior dos ventrículos, que se encontra em fase de diástole (WATANABE, 2009).

Pára Junqueira e Carneiró (2017), No átrio direito tem-se as veias cavas e na entrada destas existem as valvas, Já nas veias pulmonares tem-se as valvas que estão próximas ao átrio esquerdo, Que possuem a função de se fechar enquanto acontece o processo de sístole Atrial, pára evitar que o sangue passé por refluxo. Passados uns 0,2 segundos Iniciais do ciclo cardíaco, tanto o ventrículo direito como o esquerdo começam Um processo de sístole, onde impulsionam o sangue, respectivamente, em direção à Artéria pulmonar e a aorta.

No momento em que acontece a Sístole ventricular, acontece o fechamento da valva atrioventricular direita e A esquerda pára não deixar o sangue retornar pára os átrios. Assim, quando for Acontecer outra sístole atrial, dá-se início a um novo ciclo cardíaco (KOEPPE; LEVY; BERNE, 2009).

2.2.1.1 Frequência Cardíaca

De acordo com Costanzo (2014), Entende-se por frequência cardíaca a quantidade de vezes que o coração exerce a Contração muscular por unidade de tempo. Essa frequência pode variar devido a Fatores como o exercício físico, a movimentação, ou mesmo por condições que Afetem as emoções do ser humano. Geralmente, a frequência cardíaca varia entre 70 a 80 batimentos por minuto. No momento em que a pessoa está dormindo acontece A diminuição dessa frequência, que pode variar entre 35 e 50 batimentos por Minuto. No caso em que o indivíduo está praticando exercício físico intenso, Pode acontecer de a frequência atingir 180 batimentos por minuto ou mais, Depende da intensidade da atividade.

Esse processo de elevação da Frequência se dá pelo sangue circular mais rápido que o normal, onde todos os Órgãos e até a musculatura recebem grande quantidade de nutrientes e de Oxigênio, permitindo assim, o suprimento de demandas exigidas pelo metabolismo Elevado pela atividade desenvolvida (JUNQUEIRA; Carneiró, 2017).

A frequência de batimentos Cardíacos é controlada por um aglomerado de células musculares especializadas, Localizado perto da junção entre o átrio direito e a veia cava superior, Denominado nó sinoatrial ou marcá-passo cardíaco (WATANABE, 2009).

Analisando-se o tempo de um Segundo, em média, Dangelo e Fattini (2007) dizem que o marcá-passo emite Informação elétrica que passa pára a musculatura dos átrios de forma direta, Que promove uma contração ou sístole atrial. Outra região especializada do Coração, que é o nó atrioventricular, que informa o sinal enviado pelo Marcá-passo, dando estímulo aós músculos dos ventrículos pára que estes iniciem Uma sístole.

2.3 Classificação Da Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão arterial sistêmica é definida como uma Elevação crónica da pressão arterial sistólica superior a 140 mm Hg e/ou Pressão diastólica superior a 90 mm Hg em duas ou mais avaliações de Consultório ou uma pressão arterial ambulatória igual ou superior a 135/85 mm Hg durante o dia, 120/70 mm Hg durante a noite ou 130/80 mm Hg nas 24h. (TASK, 2013)

Tabela 01 - Classificação da pressão arterial segundo os valores da pressão Arterial sistólica e da pressão diastólica, segundo a VII Diretrizes Brasileira De Hipertensão Arterial

Classificação

PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (MMHG)

PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA (MMHG)

Normal

Pá < 120

e

80

Pré-hipertensão/ Elevada

Pá entre 121-139

e

< 80

Hipertensão Estágio 1

Pá entre 130-139

e/ou

80-89

Hipertensão Estágio 2

Pá ≥ 140

e/ou

90

Hipertensão Estágio 3

Não existe

Não existe

Fonte: American Heart Association, 2017

            A medida da pressão arterial (Pá) é O elemento chave pára a determinação da HAS.  De acordo com as VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial sistêmica, classifica-se os graus de Pá destinado a Pessoas com mais de 18 anos de conforme a Tabela 1.

Tabela 02 - Classificação da pressão arterial segundo os valores da pressão arterial Sistólica e da pressão diastólica, segundo a Diretriz de Prevenção, Detecção, Avaliação e Gestão da Hipertensão Arterial Sistêmica

Classificação

PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (MMHG)

PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA (MMHG)

Normal

Pá ≤ 120

e

80

Pré-hipertensão/ Elevada

Pá entre 121-139

e/ou

81-89

Hipertensão Estágio 1

Pá entre 140-159

e/ou

90-99

Hipertensão Estágio 2

Pá entre 160-179

e/ou

100-109

Hipertensão Estágio 3

Pá ≥ 180

e/ou

110

Fonte: American Heart Association, 2017

A American Heart Association (AHA) é uma organização que não visa lucros financeiros e que tem um Comprometimento com a produção de novos conhecimentos acerca do atendimento Cardiovascular de emergência (ACE), também com a capacitação de profissionais e Leigos e elaboração de regulamentações aceitas mundialmente. (AHA, 2015)

De acordo com as guidelines Da Sociedade Europeia de Hipertensão (European Society of Hypertension, ESH) e Da Sociedade Europeia de Cardiologia (European Society of Cardiology, ESC), a hipertensão Arterial sistêmica pode ser classificada em três graus. O grau I corresponde a Hipertensão arterial ligeira, o grau II a hipertensão arterial moderada e o Grau III a hipertensão arterial grave. A hipertensão sistólica isolada ocorre Quando a pressão sistólica está acima dos valores de referência, ainda que a Pressão diastólica se encontre dentro dos valores normais, observando-se Frequentemente em idosos. (TASK, 2013)

No que diz respeito à classificação da hipertensão Arterial sistêmica, sob o ponto de vista fisiopatológico, a hipertensão Arterial sistêmica pode ser classificada em hipertensão arterial essencial (primária) e hipertensão arterial secundária. A hipertensão arterial essencial Não tem uma causa orgânica identificável e é o tipo mais comum, contribuindo Pára 95% dos hipertensos. Embora a hipertensão essencial seja uma doença Heterogénea, são conhecidos alguns fatores de risco pára o desenvolvimento da Mesma, Taís como a obesidade, sedentarismo, o elevado consumo de álcool e de Cloreto de sódio. (HALL et. Al., 2013)

            De acordo com Cuellar (2017) as Principais causas de hipertensão secundárias são: renal: estenose da artéria Renal, pielonefrite, glomerulonefrite, tumores renais, doença policística Renal, lesões do rim e radioterapia que afeta o rim; problemas hormonais: Hiperaldosteronismo, síndrome de Cushing, feocromocitoma; medicamentos e Substâncias: anticoncepcionais orais, corticosteroides, ciclosporina, Eritropoietina, cocaína, abuso de álcool e alcaçuz (em quantidades excessivas); Outras causas: coarctação da aorta, gravidez complicada por pré-eclâmpsia, Porfiria intermitente aguda e intoxicação aguda por chumbo, etc.

2.4 Diagnóstico Da Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão Arterial sistêmica raramente se manifesta através de sinais ou sintomas, e Silenciosamente danifica alguns órgãos, como coração, cérebro e rins. Assim, Muitas vezes o seu diagnóstico é feito num rastreio ou durante uma consulta Médica, ainda que dores de cabeça, epistaxe, dispneia, dor no peito e desmaios Sejam alguns dos sintomas comuns em doentes com valores elevados de pressão Arterial. (ELLIOTT Et. Al., 2016)

Na prática Clínica, o diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica é baseado na elevação Persistente, de duas ou mais leituras da pressão arterial em diferentes Ocasiões. (TASK Et. Al., 2013)

A pressão Arterial aferida pela técnica clássica, recorrendo a um esfigmomanômetro Devidamente calibrado, é um dos procedimentos médicos mais difundidos e, Possivelmente, realizados. Ainda que seja questionado quanto à sua precisão, Continua a ser uma das ações médicas mais importantes e fundamentais na prática Clínica, em situações de urgência ou em condições de consultório. (VARELA, 2016)

Pára o Diagnóstico da HAS é recomendada a medida da Pá em ambos os braços com o Paciente sentado, em ortostatsmo e posição supina, isso mesmo que seja apenas Na primeira avaliação em todas as pessoas que procurarem o serviço, enquanto Nos idosos, diabéticos, portadores de disautonomias, alcoolistas e/ou em uso de Medicação antihipertensiva, isso precisa ser feito todas as vezes que for Aferir a pressão arterial e sempre utilizar como referência o braço com o maior Valor pára as medidas subsequentes. Como diversos fatores podem alterar a Pá, As medidas tomadas em situações ambulatoriais podem não revelar valores reais Da pressão do paciente. (SBC, 2010)

Na Imagem abaixo pode-se ver um fluxograma sobre o Rastreamento de HAS.

Imagem 02: Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS (Ministério DA SAÚDE, 2013).

A pressão arterial medida casualmente no consultório Médico é um método muito utilizado no diagnóstico de hipertensão. No entanto, Estas medições apresentam algumas desvantagens, uma vez que são indicativas Apenas de uma fração do estado da pressão arterial e podem ser afetadas por Circunstâncias, como é o caso do “efeito jaleco branco”, resultando em valores De pressão arterial mais elevados do que os correspondentes à realidade. (ELLIOTT et. Al., 2016)

De modo a evitar o “efeito jaleco branco”, o doente Deverá fazer durante 3 a 7 dias medições da pressão arterial em diferentes Horas do dia pára posteriormente serem avaliadas pelo profissional de saúde, Designando-se este método por Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRAP). Contudo, este é um método que interfere com as atividades diárias e não É viável durante o período de sono. (ELLIOTT et. Al., 2016)

Como alternativa, a Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA) é um método não invasivo, que efetua automaticamente Múltiplas medições sob várias condições, permitindo assim um diagnóstico e Tratamento mais precisos. A MAPA é realizada durante um período de pelo menos 24 horas, enquanto os doentes fazem as suas atividades habituais, incluindo Dormir. (ELLIOTT et. Al., 2016)

Esta técnica é mais precisa do que a medição padrão, Na previsão de enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. O valor Recomendado da média das medições da pressão arterial deve ser igual ou Inferior a 135/85 mm Hg durante o dia, 120/70 mm Hg pára a pressão arterial Noturna e abaixo de 130/80 mm Hg pára a pressão arterial média de 24 horas. Pára além do seu custo relativamente alto, a tolerabilidade da MAPA tem sido Discutida como uma possível limitação, principalmente porque pode induzir Distúrbios do sono. (VICTOR, 2016)

As guidelines Do “The British National Institute for Health and Caré Excellence” (NICE) Recomendam a MAPA e a MRPA como os métodos preferenciais pára o diagnóstico Inicial da hipertensão.10 Contudo, a medida da pressão arterial realizada pelo Médico ou por outro profissional de saúde, continua a ser a forma de Diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica mais utilizada. (ELLIOTT et. Al., 2016)

Embora a medição da pressão arterial seja um Procedimento relativamente simples, está sujeito a vários fatores de erro. Desta forma, na medição da pressão arterial, e consequentemente pára o correto Diagnóstico de hipertensão é necessário adotar alguns critérios e cuidados, no Que diz respeito ao operador, doente, ambiente, equipamento e técnica Utilizada. A preparação do doente é o primeiro passo da técnica. A pressão Arterial deve ser medida, após o doente repousar pelo menos 5 minutos, mantendo As costas apoiadas e o braço nu ao nível do coração. O tabaco e a cafeína devem Ser evitados pelo menos 30 minutos antes da medição. (VICTOR, 2016)

O equipamento a ser utilizado deve estar devidamente Calibrado. Os aparelhos eletrônicos, em geral, oferecem boa precisão na leitura Dos resultados. Independentemente do modelo de esfigmomanômetro, este é um Sistema de compressão da artéria braquial, constituído por uma braçadeira Envolvida por um tecido, conectada por um tubo de borracha a um manómetro. A Braçadeira deve ter um tamanho adequado ao braço do doente, e deve corresponder A pelo menos 75% a 80% da circunferência do braço e cobrir pelo menos 80% da Sua extensão. (VICTOR, 2016)

A anamnese, o exame físico e outros exames Complementares auxiliam na realização do diagnóstico da doença propriamente Dita, da sua etiologia, do grau de comprometimento de órgãos-alvo e na Identificação dos fatores de risco cardiovascular associados. (VARELA, 2016

Na ausência de sinais ou sintomas preocupantes durante A avaliação inicial, o médico deve obter resultados de algumas análises, Taís Como da função renal, dos níveis de eletrólitos, glicose, hemoglobina, perfil Lipídico, exame à urina e eletrocardiograma. (ELLIOTT et. Al., 2016)

2.5 – Tratamentos disponíveis da Hipertensão Arterial Sistêmica

Apesar de a HA representar um grande problema de saúde pública, Observa-se baixo controle da Pá. Estudos realizados, na década de 2000, com Populações americanas demonstraram que apenas 25% dos norte-americanos Apresentavam controle pressórico satisfatório. Pára os estudos realizados com Brasileiros, esse valor é de apenas 20%. Tal controle depende da adesão do Paciente ao tratamento, o qual se baseia em recursos farmacológicos e não Farmacológicos (CAIXETA NETO; Gonçalves; CARDOSO Filhó, 2014).

A abordagem terapêutica da Pá elevada inclui medidas não medicamentosas E o uso de fármacos anti-hipertensivos, a fim de reduzir a Pá, proteger Órgãos-alvo, prevenir desfechos CV e renais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

A prevenção primária da elevação da Pá pode ser obtida através de Mudanças no estilo de vida, que incluam o controle do peso, da ingestão Excessiva de álcool e sal, do hábito de fumar e da prática de atividade física. (OLIVEIRA, 2013).

2.5.1 Tratamento Não-Farmacológico

            Pára que não seja necessário o Tratamento com medicamentos pára o paciente com hipertensão arterial sistêmica É necessário táticas que modifiquem o estilo de vida da pessoa e que levem a Redução da dosagem medicamentosa ou até mesmo à sua desobrigação. Esse tipo de Tratamento com a ausência de medicamentos tem como objetivo principal reduzir a Morbidade e a mortalidade cardiovasculares através de mudanças saudáveis que Favoreçam a redução da hipertensão arterial sistêmica. (OLIVEIRA, 2013).        

Os fatores que aumentam a Probabilidade da ocorrência de HAS, destacando-se: hábitos alimentares (alta ingestão De sal e lipídeos, com consequente aumento dos triglicerídeos e colesterol Séricos), obesidade (principalmente o excesso de gordura centrípeta), Alcoolismo e tabagismo, diabetes mellitus, hereditariedade, estresse e Insuficiente atividade física. (SILVA et. Al., 2011)

A Tabela 3, mostra de forma resumida as modificações do estilo de vida Que podem ser adotadas, e o seu efeito na diminuição da pressão arterial.

Tabela 03 - Modificações do estilo de vida no controle da pressão Arterial (Modificada).

Modificação/Redução

Recomendação

Redução aproximada na PAS*

Controle de peso

Preservar o peso do corpo na Faixa padrão (índice de massa do corpo entre 18,5a 24,9 kg/m2)

5 a 20 mmHg pára cada 10 kg de peso Reduzido

Padrão alimentar

Comer dieta farta em frutas e Verdura e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gorduras Saturadas e totais. Adotar regime DASH (rica em verdura e frutas, rica em Laticínios não-gordurosos, fraco em gordura saturada)

8 a 14 mmHg

Redução do consumo de sal

Diminuir a consumo de Sódio Pára não mais de 100 mmol/ dia = 2 g de sódio (6 g de sal / dia = 4 colheres De café rasas de sal = 4 g + 2 g de sal próprio dos alimentos)

2 a 8 mmHg

Moderação no consumo de álcool

Demarcar o uso a 30 g/ dia de etanol Pára os homens e 15 g/ dia pára mulheres

2 a 4 mmHg

Exercício físico

Habituar-se à prática regular de exercício físico aeróbico, Como caminhadas por, no mínimo, 30 minutos por dia, 3 a 5 vezes /semana

4 a 9 mmHg

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016.

*Pode haver efeito aditivo pára algumas das medidas Adotadas.

            Segundo Hoffman (2010) quando um indivíduo Descobre que é hipertenso ou está no caminho pára se tornar um, a primeira Atitude que é pedida ao mesmo é que mude o seu modo de levar a vida, pois quando Se pratica exercícios e muda a alimentação a Pressão Arterial diminui e com Isso a mortalidade cardiovascular também.

Assim sendo, pára que o indivíduo não se torne dependente de medicações, Recomenda-se ao mesmo que faça uso de uma alimentação saudável, diminua no uso Do sódio e do álcool, na ingestão de potássio, evite o sedentarismo e o uso de Cigarros, além de controlar o aumento de peso. Essas são as formas de melhorar A saúde do paciente, e quando é aceito e seguido fielmente, a necessidade de uso De medicamentos é quase desnecessária. (SANTOS, 2007).

No entanto, é válido realçar que mesmo que seja preciso a utilização de Remédios, a terapia não-medicamentosa constitui uma imprescindível aliada no Tratamento de todos os pacientes hipertensos. (HOFFMAN, 2010).

2.5.2 Tratamento Farmacológico

O intuito primordial do tratamento da hipertensão arterial sistêmica é a Diminuição da morbidade e da mortalidade cardiovasculares do paciente Hipertenso, aumentadas em consequência dos altos graus tensionais. São usadas Tanto medidas não-medicamentosas isoladas como associadas aós remédios Anti-hipertensivos. (DELUCIA, 2014)

Ha evidências cientificas a partir de estudos clínicos de desfechos que Mostram vantagens do tratamento executado com a utilização de diuréticos, Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores dos Receptores AT1 da angiotensina II. Precisa ser ressaltado que a maior parte Desses estudos utilizou remédios em associação. Com base nas informações Disponíveis, a proteção observada não depende do tipo de fármaco utilizado, Porém fundamentalmente da diminuição da Pressão arterial. (THOMOPOULOS, PARATI, ZANCHETTI, 2015)

A associação farmacológica apresenta diversos benefícios se comparada à Monoterapia como, por exemplo, o crescimento da eficiência anti-hipertensiva Efeito da conciliação de fármacos, que agem por mecanismos de atuação distintos, Além de ocorrer uma redução dos efeitos adversos por causa da utilização de Doses mais baixos, melhorando a aglutinação ao tratamento. (ANDERSON, 2015)

Todos os remédios anti-hipertensivos são capazes de ser usados a partir De que sejam observadas as indicações e contraindicações especificas. A Preferência principiante será sempre por aqueles em que haja confirmação de Redução de acidentes cardiovascular (CV), ficando os demais reservados a casos Especiais em que haja a urgência da associação de múltiplos remédios pára que Sejam atingidos os objetivos da Pá. (KOHLMANN JR, et al., 2010)

O tratamento terapêutico utiliza Muitas classes de fármacos selecionados de acordo com a urgência de cada Indivíduo, com a análise da presença de comorbidades, lesão em órgãos-alvo, Trajetória familiar, idade e gestação. Constantemente, pela característica Multifatorial da enfermidade, o tratamento da Hipertensão Sistêmica requer Associação de dois ou mais anti-hipertensivos. (BRASIL, 2010)

De acordo com a SBC (2016), existem 9 classes de medicamentos que podem Ser utilizadas pára o tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica, descritas a Seguir:  Diuréticos; Agentes de ação Central; Betabloqueadores (BB); Alfabloqueadores; Vasodilatadores diretos; Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC); Inibidores da enzima conversora da Angiotensina (IECA); Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA) e Inibidores diretos da renina.

2.5.2.1Diuréticos

É considerada a Classe de fármacos anti-hipertensivos mais utilizada, em virtude da sua Eficácia terapêutica e do seu baixo custo. São substâncias com uma ação sobre Os rins, atuando de forma a aumentar a taxa do débito e volume urinário, Consequentemente a excreção urinária de solutos, em especial o sódio e cloreto. (PIMENTA, 2008)

Seu efeito Primário consiste em diminuir a reabsorção de sódio pelos túbulos, causando Natriurese (maior débito de sódio), o que por sua vez causa diurese (maior Débito de água), sendo o aumento da perda de água secundário à excreção Aumentada de sódio, já que o sódio remanescente nos túbulos agé de forma Osmótica, diminuindo a reabsorção de água. (GUYTON,  HALL, 2017)

O uso clínico Mais comum dos diuréticos é pára reduzir o volume de líquido extracelular, Especialmente em doenças associadas a edema e hipertensão, inibindo a Reabsorção tubular em locais diferentes ao longo do néfron renal. (GUYTON,  HALL, 2017)

As principais Alterações adversas com o uso dessa classe de medicamentos são tosse seca, Mudança no paladar e hipercalemia. Os bloqueadores do sistema renina e Angiotensina ll (BRA) têm eficácia semelhante aós IECAS, com menos efeitos Adversos e melhor ajuste posológico. (GAZONI et. Al., 2009)

2.5.2.2 Agentes de ação central

Os agentes alfá-agonistas de desempenho Central agem por meio da ataque dos receptores α2 que estão comprometidos nos Mecanismos simpatoinibitórios. Os resultados bem definidos dessa classificação São: redução da atividade física simpática e do indireto dos barorreceptores, Ajudando pára bradicardia ocasional e a hipotensão notada em ortostatismo; Discreta redução na resistência vascular periférica e no consumo cardíaco; Diminuição nos graus plasmáticos de renina e acúmulo de fluidos. (VONGPATANASIN, et al. 2011).

Fazem parte desse conjunto: Metildopa, Clonidina, Guanabenzo e os inibidores dos receptores imidazolínicos (Moxonidina E Rilmenidina). (KAPLAN, et al. 2015)

Efeitos Adversos

A metildopa pode acarretar reações autoimunes, como febre, fraqueza Hemolítica, galactorreia e distúrbio hepático, que na maior parte dos casos Desaparecem com a paralização do uso. No progresso de uma reação adversa, esse Pode ser trocado por outro alfá-agonista central. A clonidina apresenta um Perigo maior do resultado rebote com a descontinuação, especialmente no momento Em que é associada a um Betabloqueador e pode apresentar riscos se usados antes De cirurgias. Os remédios desse grupo, apresentam reações adversas consecutivas Da atuação central, como sono, sedação, boca seca, cansaço, hipotensão postural E disfunção erétil. (KAPLAN, VICTOR, 2015)

2.5.2.3 Betabloqueadores (BB)

Os betabloqueadores possuem um sistema Anti-hipertensivo que ocasiona a diminuição inicial do déficit do coração e da Eliminação de renina, causando assim a readaptação dos barorreceptores e reduzindo As catecolaminas nas sinapses nervosas. Os medicamentos de geração mais recente Como Carvedilol  e Nebivolol evidencia Também efeito vasodilatador  por Mecanismos diferentes. Esses medicamentos tem se mostrado eficazes   no tratamento da hipertensão arterial Sistêmica e na diminuição da morbidade e mortalidade cardiovasculares em pacientes Com idade inferior a 60 anos. (HELFAND  Et al. 2015)

Essa classe é usada como fármaco inicial em situações específicas, como A associação de arritmias supraventriculares, enxaqueca, insuficiência cardíaca E coronariopatia, sendo que, nas duas últimas condições, deve estar associado a Outros fármacos (LÓPEZ-SENDÓN, 2004).

Principais reações adversas

Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, Vasoconstrição periférica, falta de sono, pesadelos, depressão psíquica, Astenia e disfunção sexual. Os BB de primeira e segunda geração são formalmente Contraindicados a pacientes com asma brônquica, doença pulmonar obstrutiva Crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, podem Acarretar intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de Diabetes Mellitus, hipertrigliceridemia com elevação do LDL-colesterol e Redução da fração HDL-colesterol. (HELFAND et. Al., 2015)

2.5.2.4Alfabloqueadores

Os remédios desse grupo agem como Antagonistas competitivos dos α1-receptores pós-sinápticos, levando a Diminuição da resistência vascular periférica sem maiores mudanças no débito Cardíaco. São representantes dessa categoria a Doxazosina, Prazosina e Terazosina. Possui efeito hipotensor discreto como monoterapia, sendo a escolha Pelo uso associado. (KAPLAN, VICTOR, 2015)

Principais reações adversas

São capazes de causar hipotensão Sintomática na primeira dose. O fenômeno de tolerância é contínuo, necessitando Elevação da dose, no decorrer do consumo. Incontinência urinária em mulheres Pode ser causada pela utilização de alfabloqueadores. Há comprovação de que os Pacientes tratados com doxazosina evidencia maior perigo de existência de insuficiência Cardíaca congestiva. (KAPLAN, VICTOR, 2015)

2.5.2.5 Vasodilatadores diretos

Os medicamentos que representam esse Grupo são: Hidralazina e Minoxidil. Agem diretamente no relaxamento da Musculatura lisa arterial, levando a diminuição da resistência vascular Periférica (VONGPATANASIN et al. 2011).

Principais reações adversas

Os efeitos prejudiciais da hidralazina São cefaleia, flushing, palpitação reflexa e reação lúpus-like (dose-dependente). A utilização desse medicamento precisa ser meticuloso em Pacientes com DAC e precisa ser evitado naqueles com aneurisma dissecante da Aorta e episódio recente de hemorragia cerebral. Sua utilização pode Similarmente fomentar anorexia, entojo, golfada e disenteria. Um efeito Prejudicial comum do minoxidil é o hirsutismo, que acontece em quase 80% dos Pacientes. Um resultado pouco comum é a expansão generalizada de volume Circulante e palpitação reflexa. (KAPLAN, VICTOR, 2015)

2.5.2.6 Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC)

Essa classe agé primordialmente Favorecendo a diminuição da resistência vascular periférica como decorrência da Redução da quantidade de cálcio no interior das células musculares lisas das Arteríolas, resultante da inibição dos canais de cálcio na membrana dessas Células (ELLIOTT, 2011).

São classificados em 2 tipos básicos: Os diidropiridinicos e os nãodiidropiridinicos.

Os BCC diidropiridinicos (Amlodipino, Nifedipino, Felodipino, Nitrendipino, Manidipino, Lercanidipino, Levanlodipino, Lacidipino, Isradipino, Nisoldipino, Nimodipino) exercem um efeito Vasodilatador predominante, com mínima interferência na frequência e na função Sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como anti-hipertensivos. Os não diidropiridinicos, como as fenilalquilaminas (Verapamil) e as Benzotiazepinas (Diltiazem), tem menor efeito vasodilatador, e podem ser Bradicardizantes e antiarrítmicos, o que restringe seu uso a alguns casos Específicos. (PRADO et. Al., 2018)

Principais reações adversas

Dor de cabeça, vertigem, rubor Facial - mais frequente com diidropiridínicos de curta ação - e inchaço de Extremidades. Essas reações adversas são, em geral, dose-dependentes. Mais Raramente, são capazes de provocar a hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos De ação curta provocam importante estimulação simpática reflexa, sabidamente Deletéria pára o sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar Estresse miocárdico e bloqueio atrioventricular. Obstipação intestinal é Observada, particularmente, com Verapamil. (PRADO et. Al., 2018)

2.5.2.7Inibidores Da enzima conversora da angiotensina (IECA)

São anti-hipertensivos eficazes Que tem como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, Impedindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação Vasoconstritora (Síndone, et al. 2013).

Principais reações adversas

Tosse seca, alteração do paladar E, mais raramente, reações de hipersensibilidade com erupção cutânea e edema Angioneurótico. (PRADO et. Al., 2018)

2.5.2.8 Bloqueadores dos Receptores AT1 da angiotensina II (BRA)

Bloqueadores dos Receptores AT1 da angiotensina II (BRA II) antagonizam a ação Da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São eficazes no tratamento da hipertensão. No tratamento da hipertensão Arterial sistêmica, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou Com comorbidades, proporcionam redução da morbidade e mortalidade Cardiovascular.  (TELMISARTAN, 2008)

Principais reações adversas

Os bloqueadores do Receptor AT1 apresentam bom perfil de tolerabilidade, também Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea ("rash"). As precauções pára seu uso são semelhantes às descritas Pára os IECA. (PRADO et. Al., 2018)

2.5.2.9 Inibidores diretos da renina

Alisquireno é o único representante do grupo disponível pára uso Clínico, promovendo a inibição direta da atuação da renina com consequente Redução da formação de angiotensina II. Outras ações são capazes de ajudar pára A diminuição da Pá, por exemplo diminuição da atividade plasmática de renina (DANSER, 2009), inibição de um receptor celular próprio de renina/pré-renina e Redução da síntese intracelular de angiotensina II.

Principais reações adversas

Apresentam boa tolerabilidade, disenteria (especialmente com doses Elevadas, acima de 300 mg/ dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais Frequentes, no entanto em maior parte com incidência inferior a 1%. Sua Utilização é contraindicada na gravidez (PIMENTA, OPARIL, 2009)

2.6 O Cuidado da Enfermagem

O profissional de enfermagem tem seu papel bem Determinado dentro da equipe multidisciplinar. Este profissional exerce o papel De educador em saúde no trabalho com os grupos de pessoas com hipertensão Arterial sistêmica, suas famílias e a comunidade em geral e também é Responsável por desenvolver a consulta de enfermagem. (CARVALHO et al.,2011).

A Consulta de Enfermagem configura-se como fundamental Pára reduzir a dificuldade da não adesão, em razão de que é uma tecnologia Auxiliar, no qual o enfermeiro realiza componentes do princípio científico pára Identificar situações de saúde/enfermidade, regular e efetivar medidas que contribuam Pára melhoria, prevenção, proteção da saúde, recuperação e restauração do Indivíduo, família e comunidade. (MATUMOTO et al.,2011)

Na Consulta de Enfermagem da pessoa hipertensa, o enfermeiro Deverá realizar a aferição da pressão arterial, medida de altura e peso, medida Da circunferência da cintura e quadril e cálculo do índice de massa corporal, Investigar sobre fatores de risco e hábitos de vida, orientação sobre a doença, O uso regular de medicamentos prescritos e orientações sobre hábitos de vida Pessoais e familiares (SBC, 2010; RIBEIRO; LOTUFO, 2005).

Sabe-se que pára a adesão ao tratamento da HAS são Relevantes a participação e o apoio da família/cuidador, na adoção de atitudes Mais saudáveis de vida, incentivando e auxiliando na mudança de rotina da Pessoa hipertensa. Como também o incentivo à terapêutica medicamentosa Atendendo à prescrição de dosagem e horários (BASTOS et al., 2012; RIBEIRO et Al., 2012).

A presença de uma equipe multidisciplinar contribui de Forma eficaz na adesão ao tratamento. Assim, é importante a atuação de uma Equipe em busca da prevenção de complicações em pacientes hipertensos. Ademais, Cabe aós profissionais estarem devidamente orientados sobre as características Da doença assim como as formas de tratamento, objetivando melhor compreensão Sobre a enfermidade (Vítor et al., 2011).

Nesse contexto, a enfermagem integra-se por ser uma Ciência, cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, Na família ou na comunidade, desenvolvendo-o de forma autônoma e/ou, muitas Vezes, em equipe.

Além disso, configura-se como uma profissão de ajuda Com relações complexas e multifacetadas, composta por uma grande variedade de Elementos (MOURA et al.,2011).

Ante o exposto, o enfermeiro como integrante da equipe De saúde, assume a corresponsabilidade das ações do cuidado pára a promoção da Saúde e prevenção de riscos e agravos da HAS, como no controle e acompanhamento Do paciente hipertenso. Por meio do conhecimento científico e de seu papel de Educador, ele tem a possibilidade de instrumentalizar o paciente pára o Tratamento, melhorando sua qualidade de vida (Vítor et al., 2011).

Acrescenta-se, ainda, que os enfermeiros são trabalhadores Da saúde capacitados pára desempenhar papel fundamental na promoção da adesão, Garantindo aós pacientes uma compreensão da necessidade do tratamento e Identificando as principais barreiras associadas a este fenômeno (SANTOS et al. 2012).

2.6.1 Sistematização Da Assistência de Enfermagem

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) se Constitui em um recurso metodológico ativo e moderno primordial pára orientar a Execução da enfermagem. Permite ao enfermeiro empregar seus conhecimentos técnico-científicos Na realização assistencial, o que favorece uma atenção individualizada, Constante e com qualidade. (AGUIAR et. Al., 2010)

Nesta ótica, a SAE propicia subsídios pára a organização da Intervenção de enfermagem no que diz respeito aós princípios, pessoal e Ferramentas de trabalho, o que torna possível a operacionalização do processo De enfermagem. (BRASIL, 2009)

Pára o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), atualmente, o Processo de enfermagem está organizado em cinco etapas que são: coleta de Dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem. (BRASIL, 2009)

A utilização desse processo de enfermagem tem sido um Instrumento de grande valia pára a classe profissional, pois é a partir de que O enfermeiro faz o seu planejamento assistencial, levando em consideração a Identificação dos problemas de saúde do paciente e, através de intervenção Terapêutica realiza uma avaliação sistematizada da assistência com vistas ao Alcance de resultados esperados. (FONTES et. Al., 2010)

A SAE constitui-se também em uma ferramenta de comunicação e Informação de qualidade entre a própria equipe de enfermagem e ainda com os Demais profissionais de saúde, permitindo uma expansão da comunicação, bem como A cooperação e participação na resolução das complicações de saúde de forma Mais abrangente e efetivo. (KOERICH et. Al., 2007)

Dessa maneira, encontra-se evidenciada que com a SAE a Colaboração do profissional de enfermagem na atenção à saúde ganha maior Respaldo e valorização, o que é de suma importância pára a consumação da Autarquia profissional. (BACKES, SCHWARTZ, 2005) O embasamento necessário pára Que o enfermeiro seja valorizado está presente na sistematização da assistência De enfermagem, base essa necessária pára o avanço do trabalho consciente, único E entusiasmante do profissional e pára obter resultados positivos na Assistência prestada. (HERMIDA, 2004)

É importante identificar a concepção dos enfermeiros Sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem enquanto instrumento de Organização do trabalho, pois a SAE tem fundamentos dos cuidados de enfermagem Que são de extrema importância pára o profissional organizar seu trabalho e Apreciação da assistência de Enfermagem na Saúde da Família e também pára Identificar os problemas encontrados pára que o sistema se consuma na íntegra Na saúde da família. (VARELA et. Al., 2012)

Após o rastreamento é realizada a sistematização da Assistência de enfermagem (SAE), que na atenção básica deve pautar-se na Consulta de enfermagem. Ao usar a SAE, o enfermeiro deve identificar as Necessidades de diversas origens e, a partir delas, poderá estabelecer Diagnósticos, intervenções e resultados. Dessa forma, torna-se relevante que os Enfermeiros percebam a sistematização da assistência como um meio pára aplicabilidade De seus conhecimentos na prática de cuidar, bem como pára caracterizar sua Prática profissional. (GARCIA, EGR, 2010)

A consulta de enfermagem é uma modalidade de assistência que Permite realizar o acompanhamento da mudança no estilo de vida do usuário, que É algo fundamental pára o controle da HAS, além de reforçar as orientações pára O autocuidado, utilizando o processo de enfermagem. O enfermeiro, através da Consulta de enfermagem, desenvolve um trabalho que visa melhorar a qualidade de Vida e preparar o paciente pára o autocuidado. Também permite a solicitação de Exames de rotinas. (BRASIL, 2009)

Portanto, uma das atribuições do enfermeiro no cuidado ao Usuário portador de hipertensão arterial sistêmica é realizar a consulta de Enfermagem, abordando nesse procedimento os seguintes aspectos: fatores de Risco, tratamento não-medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao Tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário e outros. (BRITO, et. Al., 2013)

No que diz respeito às intervenções (ações) de enfermagem Possíveis de serem identificadas na assistência ao portador de hipertensão Arterial sistêmica foram listadas na tabela 4, abaixo:

Ações de Enfermagem

Acompanhar hipertensos à unidade de saúde;

Agendar retornos pára controle de estado de saúde de hipertensos;

Ajudar na administração de medicação;

Apanhar pacientes hipertensos e diabéticos e levar pára a unidade de Saúde;

Apoiar família na resolução de problemas;

Apoiar o paciente em suas necessidades;

Apoiar o paciente na resolução de suas dúvidas em relação ao Atendimento recebido;

Assegurar respeito aós direitos do paciente;

Atender clientes diabéticos;

Atender clientes hipertensos;

Atender demanda espontânea;

Atender e encaminhar paciente hipertenso na ausência do médico;

Atender e orientar diabéticos e hipertensos;

Atender grupos de diabéticos e hipertensos;

Atender, diariamente, portadores de doenças crônicas (diabéticos e Hipertensos);

Atender, imediatamente e fora da fila, cliente com queixa aguda;

Buscar alternativas pára aumentar a qualidade de vida do paciente;

Centrar atendimento nas necessidades do paciente, nas suas queixas, no Motivo da consulta;

Colocar paciente hipertenso, com pressão alta, sentado por 20 minutos;

Colocar pacientes hipertensos sentados por 15 minutos quando chegam no Posto;

Controlar programas de hipertensão arterial sistêmica;

Coordenar grupos de hipertensos;

Cuidar de pacientes em crise hipertensiva;

Cuidar de pacientes hipertensos e diabéticos;

Dar atenção ao paciente;

Distribuir medicação anti-hipertensiva;

Envolver família no atendimento ao paciente;

Estabelecer clima de empatia e confiança com a clientela;

Estimular a confiança do paciente no atendimento prestado;

Estimular adesão do paciente ao tratamento;

Estimular participação comunitária em atividades de educação em saúde;

Fazer consulta de enfermagem a hipertensos;

Fazer consulta de enfermagem no domicílio a hipertensos;

Fazer medicação de urgência;

Fazer medicação em paciente em crise hipertensiva;

Fazer Reunião com hipertensos e médicos do programa de saúde da Família;

Fazer transcrição de prescrição de medicamento;

Fazer visita domiciliar a hipertensos;

Fornecer ao paciente ficha de encaminhamento pára outros serviços;

Inscrever gestantes hipertensas em grupo;

Inscrever hipertensos em grupo;

Organizar fluxo de demanda na unidade de saúde;

Participar de grupos de hipertensos;

Promover o bem-estar do paciente;

Realizar caminhada anual com hipertensos durante comemorações da semana Dos hipertensos; realizar inter consulta com outros profissionais da equipe;

Referenciar paciente hipertenso pára atendimento médico em caso de Emergência;

Solicitar exames complementares de rotina/padronizados (glicemia e Hemoglobina glicosilada), trimestralmente pára diabéticos e anualmente (glicemia e lipídios) pára hipertensos na consulta de enfermagem;

Solicitar exames laboratoriais de rotina pára hipertensos;

Substituir medicamentos usados por diabéticos e hipertensos, quando se Tornam refratários à medicação prescrita pelo médico;

Tratar portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes na Unidade de saúde.

Figura 4. Ações de Enfermagem pára Hipertensos identificadas No Inventário Vocabular Resultante do Projeto CIPESC CIE-ABEN. João Pessoa, 2011.

2.6.2 – Atuação Do enfermeiro no tratamento da hipertensão arterial

A atuação do enfermeiro junto Aós portadores de hipertensão é essencial, principalmente no tocante à adesão Ao tratamento, que muitas vezes requer grandes mudanças no estilo de vida, Necessárias em médio ou longo tempo. Dessa maneira, a manutenção de vínculos Por meio de programas de gestão de doenças crônicas é ideal, mas ainda Incipiente nos serviços de saúde, prática esta que deve ser estimulada. (RAYMUNDO, PIERIN, 2014)

            O objetivo do cuidado de enfermagem Pára pacientes hipertensos deve focar na diminuição e controle dos valores Pressóricos. Desde a primeira vez que a hipertensão é detectada, a enfermagem Deve realizar e incentivar uma monitorização cuidadosa da pressão arterial em Intervalos frequentes e em intervalos rotineiramente agendados quando depois do Diagnóstico. (SMELTZER; Baré, 2011)

Em um exame físico a enfermeira deve avaliar os Sintomas que indicam lesão do órgão alvo que podem incluir: dor anginosa; falta De ar; alterações a fala, visão ou equilíbrio; epistaxes; cefaleias; tonteira; Ou nictúria. Deve também dar atenção pára a frequência, ritmo e caráter dos Pulsos: apical e periférico pára identificar os efeitos da hipertensão sobre o Coração e os vasos sanguíneos. (SMELTZER; Baré, 2011)

Colomé, Lima e Davis (2008) afirmam que é preciso Desenvolver um trabalho junto a uma equipe multiprofissional de forma que todos Os profissionais se envolvam em algum momento na assistência, conforme seu Nível de competência específico, e possam conformar um saber capaz de dar conta Da complexidade dos problemas de saúde.

A Diretriz Brasileira de Hipertensão (2010) diz que a Equipe multiprofissional pode ser constituída por diversos profissionais, Taís Como médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, psicólogos, Assistentes sociais, entre outros. Como a HAS é uma síndrome clínica Multifatorial, contar com a contribuição da equipe multiprofissional de apoio Ao hipertenso é conduta desejável, sempre que possível.

Relações de trabalho, de saberes, poderes e relações Interpessoais são situações vivenciadas por esta equipe multiprofissional. O Modo de trabalho exige que os profissionais utilizem seus saberes particulares, Baseados em diferentes lógicas de julgamento e de tomada de decisão quanto à Assistência a se prestar. Assim essas ações acabam por ocorrer de forma Compartilhada e negociada (CARDOSO; HENNINGTON, 2011).

De acordo com Andrade et. Al (2009) a humanização da Assistência à saúde é atualmente uma demanda crescente no contexto brasileiro, Porém na pratica ela não tem sido realidade, principalmente nos serviços Destinados ao atendimento de urgência e emergência.

Segundo Souza e Losekann (2013), a chegada do paciente Na emergência em busca de atendimento requer avaliação atenta e humanizada por Parte dos membros da equipe de saúde, identificando se há necessidade de Atendimento de urgência ou não. Durante a assistência de enfermagem é Necessário que haja agilidade no atendimento, na atenção dispensada ao paciente Tanto na forma de acolher e coletar as informações necessárias como em Verificar sinais e sintomas, principalmente em situações em que o usuário não Saiba ou não consiga expressar sua queixa.

Como a HAS acarreta transformações significativas na Vida dos indivíduos, sejam elas na esfera psicológica, familiar, social ou Econômica pela possibilidade de agravo em longo prazo. A relação dos membros da Equipe de saúde com o paciente hipertenso é um fator altamente interventor no Processo do tratamento (MOURA; NOGUEIRA, 2013).

O enfermeiro tem um papel importante na prevenção, Proteção e recuperação ao paciente em crise hipertensiva, pois, além de ser Capacitado pára realizar a redução progressiva da crise em até 24 horas nos Casos de uma urgência hipertensiva, o mesmo tem consciência dos cuidados quanto À patologia (DEMÉZIO; MILHOMES; BRASILEIRO, 2013).

A função do enfermeiro neste caso clínico consiste em Obter a história do paciente, fazer exame físico, executar o tratamento, Aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientado aós pacientes pára a Adesão ao tratamento. O enfermeiro de uma unidade de emergência e urgência é Responsável também pela coordenação da sua equipe, sendo fundamental a Constante atualização desses profissionais, pois desenvolvem juntamente à Equipe médica e de enfermagem habilidades pára atuar em situações inesperadas De forma clara e continua (Araújo, 2010).

Nos casos de crise hipertensiva, o enfermeiro deve Estar preparado pára um atendimento imediato, pára instituir o melhor Tratamento em menos de uma hora, bem como atuar na prevenção ou limitação de Lesões em órgãos alvo nas primeiras 24 horas no caso da urgência hipertensiva. (SOUZA et al, 2009).

Independente do cenário de atuação; no atendimento Pré-hospitalar ou no intra-hospitalar, a dinâmica de trabalho exige do Profissional enfermeiro uma postura de autocontrole, agilidade e competências Pára lidar com situações extremas de pacientes, que vão desde a vida até a Morte, incluindo neste processo complicações clínicas severas (FERREIRA et al, 2016)

A educação em saúde é um amplo campo, pára concentrar Diversas concepções, tanto da área da educação, quanto da área da saúde. Constitui-se em uma ferramenta que os profissionais de saúde, entre eles os Enfermeiros, devem adotar com vistas ao atendimento integral do indivíduo Portador de hipertensão arterial sistêmica. (MOURA; NOGUEIRA, 2013)

Por meio da educação em saúde, pode se gerar Oportunidades de reflexão sobre saúde, práticas de cuidados e mudanças de Costumes, constituindo-se um dos pilares da promoção da saúde. Entretanto, pára A efetividade das ações de educação em saúde é preciso repensar a comunicação Desenvolvida entre o profissional e o paciente, pois esta não deve Constituir-se apenas em um instrumento do cuidar, mas sim, em um denominador Comum das ações de enfermagem, independentemente da função que ocupa. (MOURA; NOGUEIRA, 2013)

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