Jânio Quadros, João Goulart e o Milagre Econômico
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Jânio Quadros e João Goulart
Jânio Quadros e João Goulart
Promessas: "varrer" a inflação e a corrupção (deixados por JK).
Buscando solução para os problemas macroeconômicos deixados por JK, Jânio lançou medidas como forte desvalorização cambial e unificação do mercado de câmbio, conteve gastos públicos, adotou política monetária contracionista e reduziu subsídios à importação de petróleo e trigo.
O Congresso estabeleceu o sistema parlamentarista de governo no Brasil. Esta medida limitava os poderes do presidente; esta foi a condição imposta a João Goulart, popularmente conhecido por Jango, para assumir o poder.
O Plano Trienal
O Plano Trienal foi uma proposta elaborada por Celso Furtado que visava combater a inflação e fazer o Brasil crescer a uma taxa de 7% ao ano, além de iniciar uma política de distribuição de renda. A execução do Plano Trienal partia do princípio de substituição das mercadorias importadas por mercadorias nacionais, feita de forma gradual. Acreditava-se, assim, que a valorização da mercadoria interna ajudaria a aquecer o mercado nacional e alavancar a economia.
O Plano Trienal fazia grandes investimentos no mercado interno e acreditava numa taxa de crescimento das indústrias brasileiras na casa dos 70%, o que era surreal. Tais crenças demonstravam como a proposta era mal elaborada, além de evidenciar contradições, já que ocorreu aumento de impostos e tarifas, aumento de salários e busca de recursos externos em meio a uma política de combate ao produto estrangeiro. Contudo, este plano exigia grande austeridade econômica e, sendo assim, chocou-se com a política de mobilização popular em apoio ao governo.
Após o plebiscito a favor do presidencialismo no Brasil, Goulart começou a preparar o programa de reformas de base. Essas reformas tinham o objetivo de combater a inflação e de auxiliar as populações carentes nas áreas de saúde, educação, habitação, transporte e saneamento. As reformas de base incluíam medidas como:
- Reforma agrária, mesmo que limitada a determinados latifúndios improdutivos;
- Reforma tributária: os ricos pagariam mais impostos;
- Reforma eleitoral, concedendo o direito de voto aos analfabetos;
- Nacionalização progressiva das indústrias e dos bancos;
- Controle da remessa de lucros para o exterior, assim como da entrada do capital estrangeiro no país.
Surge então o primeiro plano econômico do governo brasileiro após o Golpe Civil Militar de 64: PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), que tinha como objetivos: combater a inflação com medidas de restrição ao crédito e diminuição da emissão de papel moeda; aumentar os investimentos estatais principalmente em infraestrutura; reformar o sistema financeiro nacional com a criação do BC; diminuir as desigualdades regionais, e atrair investimentos externos.
Milagre Econômico
O termo "milagre econômico" está relacionado com este rápido e excepcional crescimento econômico pelo qual passou o Brasil neste período. Este crescimento foi alavancado pelo PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) implantado em 1964, durante o governo de Castelo Branco.
- Crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 7% e 13% ao ano;
- Melhorias significativas na infraestrutura do país;
- Aumento do nível de emprego proporcionado, principalmente, pelos investimentos nos setores de infraestrutura e indústria.
- Significativo desenvolvimento industrial, alavancado pelos investimentos nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústria petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo crescimento e fortalecimento das empresas estatais.
Aspectos negativos:
- Inflação elevada. No período, a inflação ficou entre 15% e 20% ao ano.
- Aumento da dívida externa. O desenvolvimento econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos no exterior. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do Brasil nos anos futuros, pois criou uma dependência com relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), além de comprometer uma significativa fatia do orçamento para pagamento de juros da dívida.