Métodos Indutivo, Hipotético-Dedutivo e Perspetiva do Método Científico

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Método Indutivo

Na perspetiva de Francis Bacon, parte do pressuposto de que a ciência tem o objetivo de estabelecer leis. Em função deste objetivo, o cientista deve observar os fenómenos e realizar uma enumeração exaustiva das suas manifestações. Os resultados que daqui emergem são depois sujeitos a testes experimentais.

Método Hipotético-Dedutivo

De que Galileu é um precursor e Popper um herdeiro, perssupõe, na sua forma mais simples, uma hipótese como ponto de partida, a partir da qual se deduzem certas consequências, que depois são testadas (no caso de Galileu para verificar a hipótese, no caso de Popper para falsificá-la).

Perspetiva do método científico/experimental

Em primeiro lugar, acredita-se, erradamente, que existe um único método a que se chama científico; em segundo lugar, reduz-se o método científico ao método experimental e apresenta-se uma perspetiva simplista e ingénua do trabalho metodológico dos cientistas: defende-se que o cientista começa pela observação (objetiva e imparcial) dos factos, que a partir deles elabora indutivamente uma hipótese explicativa e, por fim, através da experimentação, procura confirmar/verificar a hipótese.

Caso a experimentação confirme a hipótese, o cientista pode então elaborar dedutivamente explicações e previsões seguras da realidade.

Críticas à perspetiva simples do método científico

Em primeiro lugar, criticam-se os pressupostos da observação, pois ela não é o ponto de partida da ciência; nunca é completamente neutra e objetiva e é seletiva. Há coisas que interferem na observação, como noções prévias sobre o que se vai observar ou até mesmo as expectativas que possamos ter sobre o que vamos encontrar. Em segundo lugar, a crítica tem por alvo a natureza dos argumentos indutivos que servem de base à formulação de teorias. E a questão que se coloca é se uma hipótese, enquanto enunciado universal, pode ser justificada por casos particulares. A resposta é negativa. Nunca um enunciado universal pode ser verificado ou confirmado em absoluto por um caso particular, ou por uma série de casos particulares, por maior que seja o seu número. Daí que não se possa validar universalmente a hipótese: a conclusão de um argumento indutivo é sempre uma probabilidade. Esta objeção aparece comumente formulada como "problema da indução".

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