Modelo City Beautiful vs. Propostas de Patrick Geddes

Distinga o modelo City Beautiful, de Daniel Burnham, das propostas de Patrick Geddes para o ordenamento do território

O Movimento “City Beautiful” foi uma reforma arquitetónica americana que surgiu entre 1890 e 1900 com a intenção de revitalizar e tornar os espaços públicos mais emblemáticos. Este movimento “nasceu” e floresceu em Chicago, Detroit e Washington D.C. e mais tarde espalhou-se pelos restantes estados norte-americanos. Daniel Burnham era um grande nome da arquitetura e do planeamento e participou neste movimento e criou o épico Plano de Chicago, em 1909, após o incêndio de 1871 que destruiu a cidade. A ideia de Burnham era desenvolver uma cidade com harmonia visual e estética para o surgimento de uma ordem social harmoniosa; a beleza e a ordem eram as suas maiores preocupações, em detrimento das preocupações sociais. Burnham inspirou-se nas obras que Haussman planeou em Paris e introduziu edifícios monumentais, tentando recuperar o barroco. O seu maior projeto é o movimento ligado a Chicago mas com ramificações para outras cidades. Burnham aconselha a que o plano seja feito no todo e não a miúdo pois pequenos projetos não têm o mesmo “toque mágico”. Patrick Geddes estudava as cidades de um ponto de vista evolucionista, considerando as transformações sociais na relação orgânica com o meio ambiente distanciando-se do idealismo utópico e propondo uma conceção experimental da cidade, olhando para o seu futuro. Para conseguir alcançar esse seu objetivo, Patrick Geddes estabelece os 3 princípios fundamentais para o planeamento e desenvolvimento territorial: O primeiro é o levantamento urbano e regional, tendo em conta o planeamento das cidades. Isto trata-se de um levantamento geográfico, histórico e social que mostra a evolução das cidades, aliando a preservação e a transformação urbana. Isto é, Geddes sugere que o planeamento comece com um levantamento dos recursos da região, seguido pelas respostas a esses mesmos elementos e, finalmente, a análise das complexidades das paisagens culturais resultantes. O segundo princípio de Patrick Geddes é a cirurgia conservadora em que Geddes afirma que as intervenções na cidade devem ser nulas ou mínimas. Isto é quando existe necessidade de intervenções em determinado edificado ou em determinada parte da cidade, o nível de intervenção deve ser minimalista conservando assim o máximo da historicidade da cidade. O último princípio de Patrick Geddes é a cidade-região é o potencial da cidade na sua região e de estabelecer vínculos entre o urbano e o natural, comprometendo o conjunto do território a serviço do homem, e portanto, das cidades. O planeamento urbanístico reconhece a cidade como uma organização humana articulada com a história e o meio ambiente.

Relacione as grandes transformações políticas, religiosas e tecnológicas que ocorreram no século XV com as propostas que surgiram para o planeamento e desenvolvimento territorial na mesma altura

Em 1453 deu-se a tomada de posse de Constantinopla pelos otomanos, ou seja, foi o fim da Idade Média. Com a queda do Império Romano, tudo piorou e a população fugiu para sítios que conheciam como a Europa Ocidental (Itália), levando conhecimento do Oriente que tinha sido esquecido na parte ocidental por Vitrúvio. Em 1492 deu-se a descoberta da América por Cristóvão Colombo que foi encorajado também pela queda de Constantinopla, pois sendo fechados os canais ao Oriente (Índia) através do sul. Novo mundo. No século XV deu-se então o Renascimento (fim da Idade Média) sendo que uns creem ter sido um período negro. O Renascimento valorizou o românico e o gótico. A nível de evoluções podemos referir a política e a geopolítica como já foi referido anteriormente, o fim da Idade Média e os descobrimentos portugueses e espanhóis. Deu-se também um avanço na tecnologia e arquitetura com a descoberta da imprensa em 1455 na Alemanha por Guttenberg, o que vai permitir reprodução mais rápida de obras (1ª foi a Bíblia) conduzindo a uma reforma protestante. Em termos de transformações religiosas com o fim do Império Romano a maior catedral de Cristianismo de Santa Sofia passa então a ser uma mesquita, o que foi considerado grande avanço contra o cristianismo. Com a reforma protestante deu-se também a perda do poder no Norte da Europa do cristianismo. Passando a ser Roma capital do cristianismo, Em Roma, o Vaticano subúrbio de Roma, uma vez que era lá que estava internado São Pedro e à sua volta ao longo dos anos foram-se formando capelas. Mas quando a catedral de Santa Sofia passa para os otomanos, decide-se construir uma catedral neste local, a que hoje em dia é conhecida como catedral de São Pedro ou seja neste caso o Vaticano está na parte central onde estava o obliquo partem grandes avenidas. Só em 1420 é que recebem os papas novamente sobre grandes reformas. Foi no século XV que houve a busca à cidade ideal, perfeição (utopia) e uniformidade (proporção), deu-se o uso da perspetiva e da tridimensionalidade, o esquema geométrico com o uso da proporção, a rua passou a ser vista como um todo (reta ou ligeiramente curva) com arco redondo, repetição de elementos uniformes, e linha horizontal de cornijas, o conjunto a considerar mais importante que peça isolada (cidades dos espaços íntimos e fechados), na época renascentista, o investimento já não é só feito na catedral passando a haver investimento por toda a cidade. Em relação às muralhas a geometria é fundamental (associada a Deus) e a agilidade, a ordem universal “Deus fez tudo segundo a sua medida, número e peso” - Santo Agostinho ou seja segundo este, Homem enquanto medida de todas as coisas. Deu-se ainda evolução nas cidades abaluartadas e construções de fortes e castelos. Houve um progresso dos jardins geométricos. Começou a haver também novos elementos de poder, palácios, igrejas e reforços de urbanidade, hospitais etc. Em Florença deu-se a ideia de expressão artística forte, cidade como um todo, Florença é considerada cidade fechada dentro das suas muralhas.