Perspectivas Filosóficas sobre a Linguagem

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Górgias

Górgias: Para Górgias o discurso tem a função de explicar o funcionamento, mágico e fisiológico da fala. Para ele o discurso tem um poder regulador, como também, acentua a natureza física da linguagem, isto é, ela conduz os ouvintes, apela para o emocional. Ele entende o discurso como técnica, pois, estabelece leis, que capacitam o homem a modelar objetos que ele é capaz de fazer. A linguagem é a técnica que modela os objetos (é inata ao ser humano). É pela linguagem que o falso e o verdadeiro são construídos, não são naturais, portanto, o que é verdade para um, para o outro, pode não ser. Para Górgias eu sou convencido pela autoridade de quem fala, que pela a credibilidade da fala em si. Górgias entende a persuasão como droga, as palavras podem curar, podem causar confiança, podem provocar o medo ou a alegria, nas pessoas. Para Górgias há dois tipos de persuasão: pode levar a verdade, ou pode levar a mentira, e foi essa que atingiu Helena, provocando nela uma falsa crença.

Platão / Crátilo

Platão / Crátilo: Entende a linguagem como convenção, ou seja, nao determinada a verdade das coisas, naturalmente os nomes existem, e por convenção os homens deram nomes as coisas. No Crátilo, Platão defende a tese naturalista: as coisas têm nome por natureza - conformidade natural entre palavras e coisas. Sócrates levanta o problema em relação ao conhecimento, a linguagem se torna um problema para o conhecimento, pois ela limita o objeto 'quando eu dou o nome de garrafa, eu limito o conhecimento dela', ou seja, uma garrafa pode ser de água, leite, café. Para os Sofistas o essencial, é que a gente se entendesse, mas para Sócrates e Platão, isso foge da verdade, pois nem tudo que está sendo afirmado, é verdadeiro. Sócrates e Platão, contrapondo os Sofistas, entendem que a linguagem, não é somente uma forma de convencer o que está sendo falado, ao contrário, a linguagem é um instrumento de transmissão da verdade. Platão no Crátilo entende que as palavras são somente para falar e não para conhecer, pois ele acredita que o conhecimento das coisas, somente se dá pelo mundo das ideias. Portanto para ele, conhecimento e linguagem são distintos, as palavras não sugerem, como não indicam o conhecimento das coisas. Em Platão os nomes são nomes na medida que remetem as coisas universais, Platão no texto Crátilo indaga como uma expressão alcança um significado. Ao qual, ele diz, que as palavras representam a essência das coisas, e não a própria coisa, essa é uma das teorias dos universalistas, para Platão as ideias são reais, e não somente problemas metafísicos. Crátilo defende uma visão naturalista da linguagem, neles os nomes ou são verdadeiros, 'ou expressão ideia ou não expressão nada', se eles não expressão nada, os conteúdos deles não existem.

Aristóteles

Aristóteles: vincula linguagem, com o aspecto político. A linguagem é estruturada: toda linguagem remete a um objeto som: expressa sensação (agradáveis ou desagradáveis) mas não há um objeto. A linguagem é uma capacidade natural do homem, mas contem também um elemento material (a voz e o som). Entretanto, somente no homem, as linguagens contem 'Logos' A linguagem é inata no ser humano, existe uma grande diferença entre som e linguagem, haja visto, que os animais produzem som, mas não expressam linguagem. A linguagem pressupõe categorias que ordenam os sons: para haver linguagem deve existir uma estrutura, o que se diz tem que se referir com a coisa dita. Aristóteles deu a linguagem uma ordem e estrutura, verbal, categorial e gramatical. Diferentemente dos animais, que sempre reproduzem os mesmos sons. Na política Aristóteles inspeciona a natureza da linguagem, pois o animal político, liga-se a natureza de falar, porque sem linguagem, não haveria a sociedade política, como também, não haveria a humanidade. Pois para viver em sociedade, é necessário haver acordos e projetos firmados entre nós, e isto requer a linguagem. A linguagem está presente no homem, a fim de que, sua vocação política seja realizada, para o autor, pelo nome que podemos conhecer. O problema que Aristóteles destaca, não é a falsidade, mas a incompreensão da linguagem. Aristóteles desce do abstrato para o concreto, o intelecto ao entender a forma, pela linguagem, consegue dar nome à coisa (primeiro eu vejo um cachorro, logo após, eu consigo dar um nome a esse cachorro)

Agostinho

Agostinho: À linguagem é a ponte de conexão entre o homem e o mundo; e do homem consigo mesmo. existe uma relação pedagógica, no qual, o mestre deve comunicar e o discípulo aprender, em ambos os lugares, na Igreja e na família, partindo da 'Teoria da iluminação agostiniana', isto é, através da exegese bíblica, iniciou-se o problema da linguagem, como também, um processo educacional. E quanto maior for a capacidade das pessoas, de aprimorarem a linguagem, maior será a capacidade de interiorizar a Palavra de Deus 'O que passa pela mente, chega ao coração'. Agostinho propõe um roteiro de estudos, para que o cristão, passasse a ter um domínio da língua, dela falada ou escrita. Se Deus comunica ao homem, comunica através de uma linguagem. Para Agostinho os sinais abrem o caminho da comunicação, entre os sinais, alguns são naturais, outros convencionais, e Agostinho diz que, os naturais são os que evocam sons sem significados, isto é, não verbalizam conteúdo. E os sinais convencionais, são os que todos os seres vivos trocam, tais quais, os sons, transmitam, sensações e pensamentos, as palavras representam sinais e substituições. As palavras dos mestres, são como advertências, isto é, um caminho, para que o aluno volte para o seu interior, e visualize lá o conhecimento ensinado por Deus. A linguagem está no pensamento interior, a linguagem do espirito, está na base de a linguagem falada, ela deve ser isenta de erro

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