Saude

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Nesta primeira unidade conceituaremos e diferenciaremos saúde, atividade física e qualidade de vida, apresentaremos também os conceitos e a aplicabilidade da aptidão física relacionada à saúde. Assim, esperamos facilitar a identificação dos objetos de estudo destas áreas e das suas interfaces. OBJETIVOS DA UNIDADE: • Conceituar e diferenciar atividade física, saúde e qualidade de vida, perspectivado na adoção de um estilo de vida saudável; • Identificar os objetos de estudo e as interfaces entre os conteúdos destas áreas de conhecimento; • Identificar as variáveis da aptidão física relacionadas à saúde, buscando desenvolver uma visão crítica destes conceitos e referências. PLANO DA DISCIPLINA: • Conceito e abrangência do termo saúde. • Conceito e abrangência do termo ‘atividade física’. • Conceito e abrangência do termo qualidade de vida relacionado a adoção do estilo de vida ativo. • Variáveis da aptidão física relacionadas à saúde. Bem-vindo à primeira unidade de estudo. Sucesso!UNIDADE 1 - CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE 14 CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO SAÚDE Desde o início da nossa história que buscamos saúde, esta busca sofreu influência de vários fatores que deslocam o indivíduo de um pólo positivo a um pólo negativo. Mas, afinal, o que são estes pólos? O que influencia este deslocamento? Qual o papel da atividade física na melhoria da qualidade de vida? É comum escutarmos que esta ou aquela pessoa tem boa ou má aptidão física. Mas, afinal, o que é aptidão física? Quais as variáveis envolvidas? Qual a sua relação com a saúde e com o desempenho atlético? Responda a estas questões e estaremos iniciado muito bem o nosso estudo. E, então, vamos em frente? Os principais fatores influenciadores da saúde são: ambientais, sociais, biológicos e comportamentais. Os fatores ambientais, também conhecidos como meio ambiente, estão ligados a um grande grupo de variáveis, como por exemplo: sazonal, poluição, moradia e infra-estrutura urbana. Os fatores sociais dizem respeito a garantia à educação, ao transporte, à segurança e à saúde, além dos fatores ambientais favoráveis. Os fatores biológicos estão ligados à idade, ao gênero, à etnia e à predisposição genética. Os fatores comportamentais, por sua vez, estão ligados ao estilo de vida, podendo ser ativo ou sedentário, positivo ou negativo, configurando-se como principal foco de estudo da nossa disciplina. Desta forma podemos destacar que ao transitarmos de um lado ao outro dos pólos observamos que todas estas variáveis influenciam bastante na definição do estado de saúde das pessoas, portanto, não podemos avaliar a saúde de forma estática e unifatorial. Você pode perceber que a saúde, além de multifatorial na sua definição, impõe um olhar multiprofissional sobre si mesma. Saúde: para a Organização Mundial da Saúde – OMS, em 1978 a saúde foi defini- da como uma multiplicidade de aspectos do comporta- mento humano voltados para um estado de comple- to bem-estar físico, mental e social. Não apenas como ausência de doenças, como muitos imaginavam. Atual- mente, para compreender- mos melhor a grandiosidade desta pequena palavra, pre- cisamos entender que não devemos olhar somente para os fatores biológicos, mas principalmente para o modo como se vive, ou seja, para o estilo de vida. Meio ambiente: local em que vivemos e nos relacio- namos. Sazonal: relativo às esta- ções climáticas do ano. Infra-estrutura urbana: sa- neamento básico, esgotos, ruas calçadas ou asfaltadas e com passeio, praças, par- ques arborizados, etc. Olhar Multiprofissional: re- lativo a análise feita por uma equipe formada por vá- rios profissionais, das mais diversas áreas de conheci- mento, sobre um problema específico que recebe influ- ência de vários fatores.ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 15 Outro ponto que merece destaque ao estudarmos a saúde são os seus indicadores clássicos: • A vitalidade e o estado funcional da pessoa avaliada; • Sua condição epidemiológica; • E sua qualidade de vida. O estado funcional de uma pessoa recebe influência de vários aspectos, como por exemplo: idade, estado nutricional, histórico de doença e nível de aptidão física, este último sofre influência direta do nível de atividade física diária da pessoa. A condição epidemiológica diz respeito às condições gerais de saúde, assunto que iremos estudar mais adiante na 3ª unidade. Neste contexto, admitimos que as doenças são indicadores de eventuais desequilíbrios entre o homem, seu estilo de vida e o meio ambiente, e que a saúde deverá ser alcançada mediante a interação de ações que possam envolver o próprio homem através de suas atitudes frente às exigências ambientais e comportamentais representadas, por exemplo, pela alimentação, estresse, lazer, aspectos ambientais, financeiros e prática de atividade física, entre outros. (PITANGA, 2004) CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO ATIVIDADE FÍSICA Encontramos na literatura várias definições sobre atividade física. Em linhas gerais, atividade física pode ser definida como qualquer movimento produzido pela musculatura esquelética, que resulte em gasto energético maior que o gasto de repouso. No âmbito das atividades físicas observamos algumas variações que são determinadas pela intensidade, duração e frequência com que nos submetemos a elas. Além destas variações, temos também algumas características, como por exemplo: as atividades habituais ou da vida diária, verificadas nas tarefas domésticas, no deslocamento para o trabalho ou no próprio trabalho; as atividades de lazer ou de cunho recreativo que são voltadas para a melhoria da saúde e da imagem corporal; ou ainda, as atividades esportivas. Estas últimas caracterizam-se por terem regras preestabelecidas e podem ser recreativas ou de rendimento, seus praticantes podem ser amadores ou profissionais. Epidemiologia: é a ciên- cia que estuda o fenôme- no da relação entre a saú- de e a doença e seus determinantes. Gasto energético: é ocasi- onado pelo gasto de ener- gia acumulada no organis- mo em forma de glicogênio e gordura, durante as ativi- dades físicas. Amadores: atletas que não vivem profissionalmente do esporte que praticam.UNIDADE 1 - CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE 16 CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO QUALIDADE DE VIDA RELACIONADO AO ESTILO DE VIDA ATIVO. O termo qualidade de vida está em evidência na sociedade contemporânea, escutamos sempre frases do tipo: temos que melhorar a qualidade de vida das pessoas, fulano tem uma má, ou uma boa qualidade de vida! Mas afinal, o que é então qualidade de vida? Este é um termo muito dinâmico e um tanto polissêmico, leva em consideração vários aspectos do cotidiano, como por exemplo: acesso a saúde, educação, alimentação, lazer, segurança, moradia, equipamentos e utensílios eletroeletrônicos, trabalho e participação política nas questões que dizem respeito a si e à sociedade, entre outros. Quanto mais efetivo for o acesso aos aspectos aqui destacados, mais qualidade de vida a pessoa tem (GONSALVES & VILARTA, 2004). Todos estes aspectos da qualidade de vida vêm influenciando as pessoas na adoção de um determinado estilo de vida. É bom lembrá-lo que o nosso foco é o estilo de vida ativo, saudável, positivo, pois há vários estudos que comprovam que a adoção deste estilo de vida influencia positivamente na melhoria da saúde e da qualidade de vida. Destacamos, que para efeito de estudo da área da Educação Física, temos os estilos de vida: sedentário, ativo e atleta. A estreita relação entre qualidade de vida e estilo de vida tem levado as pessoas a utilizarem estes dois termos como sinônimos, tamanha a interface que há. Sendo assim, acreditamos que uma das principais contribuições dos profissionais de Educação Física seja o incentivo a melhoria da saúde e da qualidade de vida, através do fomento à adoção de um estilo de vida positivo incluindo em seu cotidiano atividades físicas e boa alimentação, afastando-os de atitudes negativas para a saúde como tabagismo, alcoolismo, depressão e sedentarismo, buscando melhorar sua aptidão física relacionada à saúde. Pesquisas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, têm mostrado que o estilo de vida, mais do que nunca, passou a ser um dos mais importantes determinantes da saúde das pessoas. Polissêmico: termo que tem muitos significados. Determinantes: Papel da atividade física e do exercí- cio na prevenção de doen- ças e na reabilitação. (HEYWARD, 2004. p. 20).ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 17 Determinantes da Saúde Papel da atividade física e do exercício na prevenção de doenças e na reabilitação (HEYWARD, 2004. p. 20 ). Após analisar cada um desses conceitos e abrangência, você já pode ter uma idéia da responsabilidade do profissional de Educação Física na condução de atividades físicas objetivando a melhoria da saúde e da qualidade de vida, através do incentivo ao estilo de vida ativo. Até agora, você estudou os conceitos, as diferenças e as relações entre saúde, atividade física e qualidade de vida. Na sequência, você estudará a aptidão física relacionada à saúde. VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADAS À SAÚDE Já ouvimos falar muitas vezes que alguém tem boa ou má aptidão física, mas agora precisamos entender melhor este problema, pois, afinal, estaremos sempre nos deparando com estes conceitos em nosso cotidiano acadêmico e profissional. Então vamos continuar nosso caminho. De acordo com a Conferência Internacional de Toronto, realizada em 1992, a aptidão física associada à saúde ficou entendida como a capacidade para realizarmos com vigor as tarefas do cotidiano,UNIDADE 1 - CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE 18 além da demonstração de traços e capacidades que estão associados a um menor risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Expressa ainda, um conjunto de qualidades que encontramos em cada pessoa; estas qualidades recebem influência de um grande número de fatores endógenos e exógenos. O modelo descritivo a seguir explica melhor esta complexa relação. Tradicionalmente, os testes de aptidão física enfatizavam medidas relacionadas com a habilidade, a agilidade e o equilíbrio. Recentemente, estes testes enfatizaram também medidas relacionadas à saúde. Com base na literatura especializada, criamos o seguinte esquema para facilitar seu entendimento quanto aos componentes mais comumente avaliados em testes de aptidão física, tanto os relacionados ao desempenho atlético quanto os relacionados à saúde: Nesta ótica, a aptidão física relacionada ao desempenho atlético deve levar em consideração a especificidade de cada especialidade esportiva, ao passo que a aptidão relacionada à saúde envolve, especialmente, aqueles componentes que, em questões motoras, podem influenciar positivamente no combate às doenças do tipo degenerativas não-transmissíveis (GUEDES e GUEDES, 2006). Doenças crônicas: são do- enças que se instauram no organismo das pessoas de forma lenta e duradoura de- generando-o; para nossa área de estudo nos ateremos as não- transmissíveis (crônicas degenerativas não- transmissíveis), a exemplo das coronariopatias, da hi- pertensão, da obesidade, do diabetes, entre outras. Fatores endógenos: fatores que se manifestam interna- mente, próprio do organis- mo ou do corpo. Fatores exógenos: fatores que se manifestam externa- mente e que influenciam in- ternamente o organismo ou corpo.ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 19 Em nosso curso vamos estudar principalmente os componentes da aptidão física relacionadas à saúde, mesmo destacando, conforme vimos no esquema acima, que estes mesmos componentes também se relacionam com o desempenho atlético. Vamos começar pela resistência cardiorespiratória, também conhecida como capacidade aeróbia. A capacidade aeróbia de uma pessoa é definida através de um fenômeno complexo (mas vamos tratá-lo de forma superficial). Podemos dizer que esta capacidade tem relação direta com o quanto uma pessoa é capaz de absorver oxigênio (O2) para os pulmões, transportá-lo pela corrente sanguínea até os músculos esqueléticos que estiverem trabalhando em esforços vigorosos ou prolongados, contando ainda com a eficiência do coração (SHARKEY, 1998). A literatura nos traz que a capacidade aeróbia é a melhor medida para avaliarmos a saúde e a capacidade do sistema respiratório, cardiovascular e músculo-esquelético de uma pessoa. Assim, do ponto de vista individual, a capacidade aeróbia configura-se como o melhor indicador da aptidão física, pois além de refletir a capacidade de suportar esforços físicos por um longo período, também favorece, indiretamente, os outros componentes da aptidão física, por isso, se tivermos como avaliar a condição de aptidão aeróbia de uma pessoa, poderemos estimar o quanto ela é ou não ativa. Encontramos vários testes e protocolos na literatura para avaliar a aptidão aeróbia, de forma direta ou indireta, em condições de esforço máximo ou sub-máximo. Como exemplo, podemos citar o famoso teste de 12 minutos de Cooper encontrado em vários livros de avaliação física e fisiologia do exercício. Neste teste, os avaliados correm ou caminham (de preferência em uma pista de atletismo) durante os 12 minutos, pela maior distância possível, assim quanto maior a distância percorrida maior a resistência aeróbia. Este Capacidade aeróbia: No iní- cio da década de 70 Cooper apresentou seu conceito de resistência aeróbica e anaeróbica (que depois mudou a nomencla- tura para aeróbia e anaeróbia). A resistência aeróbia tem relação direta com o consumo de O2 em situação de exercício físi- co, de moderado a intenso, seja por ocasião do cotidi- ano de trabalho ou das ati- vidades domésticas, ou ainda aqueles relacionados à prática esportiva.UNIDADE 1 - CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE 20 teste inclusive estima-se, de forma indireta, o VO2max do avaliado e facilita a comparação do avaliado com o grupo ao qual ele pertence (por idade, gênero e condicionamento físico) e do avaliado com ele mesmo em um reteste, através de tabelas de referência encontradas na literatura especializada. Mesmo sendo de fácil aplicação, requer a presença de um profissional que deverá conhecer o avaliado para evitar riscos com a saúde, pois é um teste de esforço máximo. A capacidade aeróbia é influenciada diretamente pela hereditariedade e pelo treinamento, além ainda de outros fatores, tais como: idade, gênero, etnia, maturação biológica e a gordura corporal. Então é bom sabermos que a atuação consciente e capacitada de um bom profissional de Educação Física pode melhorar muito a saúde e a qualidade de vida da pessoa por ele assistida, através de programas de condicionamento aeróbios individualizados. Vamos estudar agora a Força e a Resistência Muscular. São vários os conceitos para definir força e resistência muscular. Howley e Franks (2000) definem força muscular como a capacidade que os músculos têm para exercerem força contrátil máxima contra uma carga, geralmente em uma só repetição. Por exemplo, o teste de uma repetição máxima (1RM), muito utilizado pelos instrutores de musculação para definir a carga máxima de trabalho de um determinado grupo muscular/ exercício. Neste teste o avaliado tenta realizar mais de uma repetição com uma carga de peso subjetivamente definida. O ideal é que se acerte no mínimo de tentativas para que a estimativa seja o mais confiável possível. De posse do resultado, estima- se, em percentual da carga, a intensidade do esforço. Subcutâneo: locali- zado abaixo da pele. VO2max: Volume máximo de oxigênio que uma pessoa consome durante uma ati- vidade física de esforço in- tenso por um período pro- longado. Maturação biológica ou se- xual: na área da Educação Física podemos observar este fenômeno de amadu- recimento através dos es- tágios de desenvolvimento sexuais secundárias, veri- ficados através do desen- volvimento da genitália e da pilosidade pubiana, para os meninos, e das mamas e pilosidade pubiana, para as meninas. Em média, este processo inicia-se entre os 10,5 ou 11 anos para as meninas, estendendo-se até os 13 ou 14 anos. E entre os meninos, inicia-se aproximadamente aos 11 ou 12,5 anos, estendendo- se até os 14 ou 15 anos.ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 21 Já a resistência muscular é a capacidade desses mesmos músculos realizarem contrações repetitivas por um período de tempo com várias repetições. Por exemplo, o teste de máxima repetição em um minuto de exercícios abdominais. Neste teste estima-se o nível de resistência muscular localizada de abdômen, muito importante para a saúde e para a performance esportiva. Desta forma, podemos perceber que pela proximidade entre estas duas qualidades motoras, tanto as estratégias de avaliação quanto as de treinamento podem ser similares, mas com ênfase diferente principalmente quando consideramos os objetivos de tais procedimentos. A força e a resistência muscular também são essenciais para permitirem que os indivíduos realizem atividades cotidianas com conforto e segurança e podem ser trabalhadas através de vários equipamentos, ou ainda, através de exercícios em que o peso corporal é a própria carga de trabalho, portanto, tem forte relação com a saúde. Vamos estudar agora a flexibilidade A necessidade de movimentar-se nas diversas atividades do cotidiano faz da flexibilidade um componente fundamental para facilitar os movimentos, principalmente quando estes requerem uma amplitude maior. O estilo de vida pouco ativo e a falta de exercícios específicos de alongamento vem diminuindo drasticamente os níveis de flexibilidade das pessoas principalmente com o passar dos anos (ACHOUR JÚNIOR, 1999). Portanto, a flexibilidade representa um importante componente da aptidão física, sendo fundamental para a eficiência dos movimentos simples e complexos tanto no desempenho esportivo quanto na preservação da saúde.UNIDADE 1 - CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE 22 A flexibilidade é entendida como a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, executado por uma ou mais articulações dentro dos limites morfológicos, evitando-se o risco de provocar lesão (DANTAS, 1998). Muitas vezes a flexibilidade foi subestimada nos programas de condicionamento físico especialmente quando o objetivo era o rendimento esportivo, pois para muitos “profissionais” as sessões de alongamento configuravam-se como perda de tempo, com exceção das modalidades esportivas em que esta componente relaciona-se ao rendimento. Por exemplo: ginástica artística, ginástica rítmica, dança competitiva, etc. Hoje, porém, os exercícios específicos de flexibilidade tornam-se importantes nos programas relacionados à saúde, sendo necessários pelo menos de 10 a 15 minutos de prática, durante a fase inicial das sessões de Educação Física nas escolas ou nos clubes de iniciação esportiva ou ainda em sessões de treinamento com adultos, em que o tempo deve ser maior. A flexibilidade varia de pessoa para pessoa e sofre influência de vários fatores, os principais são: a idade, o gênero e o treinamento específico. O gênero feminino apresenta, em média, melhor pré-disposição para a flexibilidade. Outro fator importante para a flexibilidade é a idade, pois a medida que envelhecemos perdemos mobilidade articular. O que nos tranquiliza é que a flexibilidade é uma componente que sofre excelente influência do treinamento, mas é bom não deixar para começar muito tarde, pois o tempo de vida sedentário é sempre inversamente proporcional aos bons níveis de flexibilidade. Do ponto de vista da saúde os baixos níveis de flexibilidade podem trazer riscos para lesões articulares e musculares. Mas, o principal problema é a íntima relação dos baixos níveis de flexibilidade da porção posterior das pernas, quadris e coluna lombar com as dores lombares muito comuns em mulheres e homens adultos. Este problema pode ser minimizado com a inclusão de exercícios de fortalecimento da região abdominal e de flexibilidade da região afetada. Mas, não se esqueça que o melhor remédio ainda é a prevenção através dos exercícios regulares. Destacamos que, segundo a literatura especializada, todos nós estamos sujeitos a termos pelo menos uma crise de lombalgia na vida, e que esta poderá tornar-se crônica se não combatermos ou nos previnirmos com eficiência. Precisamos, entre outras medidas, acompanhar os níveis de flexibilidade da porção posterior das pernas, quadris e coluna lombar, além, é claro, do fortalecimento da região abdominal. São vários os testes para medirmos a flexibilidade para a região acima destacada. Temos o teste do Sit and Reach conhecido por nós como Sentar-e- Alcançar, configura-se como a técnica mais freqüentemente descrita na literatura e mais empregada em estudos populacionais (POLLOCK & WILMORE, 1993). Limites morfológicos: limi- tes naturais do movimento articular.ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 23 Neste teste, o avaliado senta-se de frente para uma caixa de madeira, especialmente construída para este teste, com as pernas estendidas e desliza as mãos sobrepostas no máximo que ele possa alcançar através da flexão do tronco à frente. Veja quanta relação as componentes da aptidão física aqui abordadas têm com a saúde. Então, vamos estudar agora a última componente: a composição corporal. Esta componente, inclusive, será bastante abordada em nosso curso, portanto, a trataremos de forma bem superficial. A preocupação em estudarmos e determinarmos a composição corporal surgiu da necessidade de melhor entendermos a distribuição e a quantificação dos principais componentes estruturais do corpo, a exemplo dos músculos, ossos e massa corporal gorda. Esta última componente tem-nos preocupado bastante pela sua forte relação com o surgimento de doenças crônicas, mas é bom lembrarmos também que a sua escassez pode levar a profundos comprometimentos do organismo e até a morte. Então é preciso destacar que quando nos referimos a composição corporal, estamos falando principalmente da relação entre a massa corporal magra, formada pelos músculos, e massa corporal gorda, formada pelo tecido adiposo. Desde o inicio do século XX as espessuras do tecido adiposo subcutâneo têm sido mensuradas para efeito de predição da gordura corporal total. Quando associado a massa corporal total, podemos também prever a massa magra do avaliado. O método e suas equações evoluíram, tornando- se hoje o mais usual principalmente em pesquisa epidemiológicas (WILMORE & COSTIL, 2001). Subcutâneo: localizado abai- xo da pele.

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