Técnicas de Retratamento Endodôntico e Problemas Associados

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Retratamento Endodôntico

Existem várias técnicas que podem ser usadas, como o sistema rotatório ou reciprocante para desobturar, porém são necessários instrumentos especiais, principalmente os rotatórios. As limas da Protaper retratamento possuem mais centro de massa, pois para desobturar precisa fazer mais pressão na guta e com as limas rotacionais convencionais, há uma grande chance de fratura. O solvente utilizado é citotóxico, e há um problema quando forma uma lama tecidual entre a guta e solvente que envolvem os túbulos dentinários, dificultando assim uma nova irrigação e, quando for obturar novamente, gera uma dificuldade na penetração intratubular do cimento nos túbulos dentinários, pois ficam vedados. A técnica convencional de desobturação é o acesso; 1 gota de solvente (se necessário); remover a guta com GG 2 (canal fino) ou 3 (canal amplo) realiza movimento de entrada e saída; 1 gota de solvente (se necessário); introduzir Lima K (movimento oscilatório e aprofundamento) até o CD (se existe um caminho criado pode usar a hedstroem, mas ela não serve para fazer o movimento inicial); irrigação abundante com hipoclorito de sódio para poder tirar rastro de guta percha; realizar a odontometria; reinstrumentação.

Canais atrésico ou calcificados

Deve-se ter um conhecimento da anatomia; se faz o uso de lima do tipo C ou C Pilot (são mais duras que as normais e menos flexíveis, finas, feitas para cateterismo de canais, mais fácil para achar canais); uso do ultrassom (existem pontas que auxiliam para achar o canal); microscópio operatório (devido à limitação de não conseguir enxergar depois da curvatura); EDTA (pode criar um falso canal, pois amolece as estruturas, então pode ser perigoso no caso de achar canais).

Remoção de peça protética (tipo RMF)

Deve-se fazer o alívio com broca das margens da peça; secção da peça em um ou dois sentidos na oclusal com uma broca nº 1557 cilíndrica fissurada. O ruim é que pode desgastar muito dente e gastar muita broca (desgaste oclusal); exercer movimentos de alavanca com um cinzel e assim remover a peça pela lateral (desgaste de margem); uso de ultrassom.

Remoção de pino intrarradicular em dentes unirradiculares

Deve-se fazer uma análise da radiografia; planejar métodos; transformar a anatomia de cônico para cilíndrico; analisar espaço entre núcleo / entrada do canal (espaços vazios); desgaste com broca 1 ou ½ ou LN (broca da Dentsply feita para caso de remoção do pino). O pino vem do protético de uma forma cônica e depois devemos deixá-lo cilíndrico e é importante ter a exposição da linha do cemento, e a partir do momento que deixa o pino cilíndrico existem 3 técnicas para remover o pino: ultrassom (melhor opção), saca pino ou desgaste com broca. Se for tirar o pino rosqueável tem que tirar com o ultrassom de uma forma anti-horário.

Remoção de pino intrarradicular em dentes multirradiculares

Há de 2 a 3 pinos presentes, tendo maior dificuldade, então secciona o núcleo separando o pino; remover o menor pino; fazer análise criteriosa do maior pino para sua remoção. Sempre começar a remoção pelo menor pino, pois dá mais acesso visual. O inferior desgasta pelo sentido vestíbulo lingual e se for superior o sentido do desgaste vai ser mesio distal.

Problemas Endodônticos

Trepanação

Principalmente na região de furca, sendo esta pior do que nas outras paredes do canal, pois tem uma maior chance de contaminação por microorganismos advindos do sulco gengival que está próximo.

Fratura de lima

Pode ter a descontaminação incompleta desse canal, pois não consegue descontaminar por inteiro devido a lima estar fraturada e reter contaminação. Se a lima fraturar nos últimos mm desse canal, pode não interferir tanto na descontaminação. A conduta mais adequada seria criar um leito inicial (aumentar o canal) com GG e insertos do ultrassom (para criar o leito), tentar ultrapassá-lo com instrumento manual tipo Kerr, fazer uma irrigação abundante/ lubrificante e depois realizar a remoção através ou ultrassom (ou lima Hedstroen).

Desvio

É o nome genérico e depois subdivide em degrau e zip, e acontece devido à presença de áreas de tensão em canais com curvatura, onde o instrumento tende a sair.

A perfuração é uma consequência do desvio. O degrau é a consequência de um erro de acesso, instrumentação agressiva e impactação de debris dentinários (formação de uma parede de dentina formando uma barreira), impedindo assim que a lima chegue até o terço médio.

Já o zip é um desvio que ocorre na parte apical do canal, por isso que se deve tomar cuidado na forma como se coloca o instrumento dentro do canal.

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